
Mercado imobiliário já está a mudar: Já se fazem menos novos créditos e opções voltam-se para a periferia
O mercado imobiliário está a enfrentar um dos maiores desafios da última década, com a subida das taxas de juro por parte do BCE a pressionares um setor que se encontrava em alta. Agora, com o recente cenário, os novos empréstimos abrandaram e as pessoas voltaram a escolher as periferias.
De acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP) e do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a julho, analisados pelo ‘Público’, mostram que os bancos concederam 1.345 milhões de euros de crédito à habitação, menos 57 milhões de euros do que em junho. Já o valor da avaliação dos imóveis para efeitos de concessão de crédito subiu em julho mais 10 euros, para 1417 euros m2, e o número de avaliações caiu 6%, para 28.635, em comparação com o período homólogo.
Apesar disso, as vendas de casas “estão a abrandar, mas continuam a bom ritmo”, diz o Presidente da Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) ao jornal, apontando que esta é uma situação normal em época de férias, notando-se uma redução da procura.
No entanto, não descarta a possibilidade de se começar a notar uma falta de capacidade para a aquisição de habitação devido ao aumento do preço dos imóveis, e também receio e incerteza quanto ao aumento da inflação e dos juros.
De acordo com a mesma fonte ao ‘Público’, tem-se assistido ainda a uma maior procura por habitação nas zonas onde os preços são mais baixos, ou seja, as periferias das cidades.