Medvedev alerta para “risco muito real” de guerra nuclear e diz que Europa não pode enfrentar conflito com a Rússia

O antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, lançou esta segunda-feira um aviso contundente à Europa, afirmando que os países europeus “não podem permitir-se uma guerra” contra Moscovo e alertando para o “risco muito real” de um conflito que poderia envolver armas de destruição maciça.

Pedro Gonçalves
Setembro 29, 2025
14:39

O antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, lançou esta segunda-feira um aviso contundente à Europa, afirmando que os países europeus “não podem permitir-se uma guerra” contra Moscovo e alertando para o “risco muito real” de um conflito que poderia envolver armas de destruição maciça.

A declaração foi feita através da sua conta na rede social Telegram, numa altura em que crescem as tensões relacionadas com a invasão da Ucrânia e aumentam as denúncias de incursões de drones e aeronaves russas em espaço aéreo de países da NATO — acusações que o Kremlin tem rejeitado, considerando-as infundadas.

Segundo Medvedev, “em vários países europeus anuncia-se por todo o lado que haverá uma guerra com a Rússia nos próximos cinco anos. Isso não deveria acontecer”, frisou, acrescentando que esse cenário iria contra os próprios interesses de Moscovo. “A Rússia, em princípio, não precisa de uma guerra com ninguém, incluindo a fria e velha Europa”, afirmou.

O ex-presidente russo sustentou que não existe qualquer ganho estratégico para Moscovo num eventual confronto com o continente europeu. “Não há nada a ganhar aí. A economia da Europa é fraca e dependente dos Estados Unidos, enquanto a sua cultura se deteriora de forma vergonhosa. A Europa está a perder a sua identidade, a dissolver-se entre migrantes agressivos”, escreveu.

Medvedev sublinhou ainda que “a principal tarefa do povo russo é desenvolver os seus territórios, incluindo a restauração das terras recuperadas”, numa referência direta às regiões ocupadas na Ucrânia. Esses esforços, disse, “não são fáceis nem baratos”, mas devem ser a prioridade de Moscovo.

Europa “vulnerável e dividida”
Para o dirigente russo, a Europa está enfraquecida e sem condições de sustentar uma guerra com Moscovo. “Os países europeus são vulneráveis e não estão unidos. Apenas conseguem perseguir os seus próprios interesses, tentando sobreviver no atual caos económico. Simplesmente, não podem permitir-se uma guerra com a Rússia”, insistiu.

Medvedev não poupou críticas à liderança europeia, classificando os atuais governantes como “degenerados insignificantes, incapazes de assumir a responsabilidade por qualquer assunto importante”. Segundo o vice-presidente do Conselho de Segurança russo, esses líderes “carecem de pensamento estratégico e muito menos da paixão necessária para tomar decisões militares acertadas”.

No entender de Medvedev, o verdadeiro perigo reside na possibilidade de um acidente ou escalada não intencional. “Se existe risco de guerra, é porque a possibilidade de um acidente fatal está sempre presente”, alertou. “A hiperatividade destes idiotas congelados não desapareceu. Um conflito deste tipo tem o risco muito real de derivar numa guerra em que se usem armas de destruição maciça, pelo que devemos permanecer vigilantes”, concluiu.

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