Médicos e enfermeiros cumprem novo dia de greve: hospitais e centros de saúde em serviços mínimos

Greve dos enfermeiros termina na próxima sexta-feira, ao passo que a dos médicos termina hoje

Francisco Laranjeira
Agosto 2, 2023
6:45

A greve dos enfermeiros, convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e que engloba a totalidade dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e todos os serviços públicos, prossegue hoje – termina às 23h59 desta sexta-feira.

De acordo com a Sindepor, é “exigido a integração imediata nos quadros das instituições dos enfermeiros com vínculos precários; o cumprimento das dotações seguras através da contratação de enfermeiros, cumprindo-se a efetiva autonomia das instituições para contratarem; a abertura de concursos para as várias categorias de enfermeiros”.

O sindicato pretende igualmente a imediata abertura de negociações com a tutela para a concretização de uma nova carreira de enfermagem que, entre outros aspetos, compense o risco e desgaste rápido e penosidade inerente à profissão, assim como a criação de um modelo de Avaliação do Desempenho justo, transparente e exequível, que considere as especificidades da profissão.

Os enfermeiros não são os únicos profissionais de saúde em greve: esta quarta-feira prossegue a ação de protesto dos médicos às horas extraordinárias nos centros de saúde e greve à “produção adicional” nos hospitais, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) em protesto contra “a incapacidade” do Governo em “apresentar uma grelha salarial condigna”.

A greve teve início a 24 de julho e vai decorrer até ao dia 22 de agosto – no entanto, até domingo a greve é suspensa nos agrupamentos de centros de saúde que servem os concelhos de Lisboa, Loures e Odivelas.

Por último, termina hoje a greve convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que reivindica a redução do horário de trabalho das atuais 40 para 35 horas semanais, o aumento transversal do salário para todos os médicos e a manutenção do limite de trabalho extraordinário previsto na lei, que é atualmente de 150 horas anuais.

O primeiro dia de protesto teve uma adesão a rondar os 95%, com blocos operatórios encerrados de Norte e Sul do país, e, nalguns casos, chegou aos 100%, como no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, indicou a FNAM.

Esta terça-feira, mais de uma centena de médicos estiveram concentrados em frente ao Ministério da Educação, em defesa do Serviço Nacional de Saúde e contra a proposta apresentada na semana passada aos sindicatos. “A saúde é um direito, sem ela nada feito”, “O povo merece o SNS” ou “Pizarro, escuta, os médicos estão em luta”, foram algumas das palavras de ordem do protesto.

A FNAM entregou também à tutela uma contraproposta no qual reivindica aumentos que compensem a perda de poder de compra dos médicos na última década, um horário semanal de 35 horas, a reposição das 12 horas em serviço de urgência e do regime majorado da dedicação exclusiva e a integração dos internos no primeiro grau da carreia. “Com as suas propostas, doentes vão continuar a ser vistos por médicos exaustos, em ‘burnout'”, afirmou a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá.

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