Médicos cumprem terceiro dia de grave nacional: Governo e sindicatos reúnem-se amanhã para evitar novos protestos

Ações de luta dos clínicos de norte a sul do país tiveram uma taxa de adesão de cerca de 90%

Francisco Laranjeira
Julho 27, 2023
6:45

Termina hoje, ao terceiro dia, a greve dos médicos – de norte a sul do país, a elevada adesão (cerca de 90%) obrigou ao adiamento de centenas de cirurgias e milhares de consultas ficaram por realizar. De acordo com o SIM – Sindicato Independente dos Médicos -, está nas mãos do Governo evitar as greves previstas para agosto. O ministério de Manuel Pizarro apresentou esta quarta-feira uma proposta de grelha salarial aos sindicatos médicos.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do sindicato, considerou que investir na saúde é investir no futuro de Portugal e acusou o Governo de não apresentar propostas concretas. “Investir no setor da saúde, incluindo numa remuneração justa para médicos, não é apenas moralmente correto como é um investimento no futuro do nosso país. Mantivemos até ao último segundo um total comprometimento para encontrar uma solução que reflita o verdadeiro valor do nosso trabalho”, afirmou o sindicalista.

No primeiro dia do protesto, a greve teve uma adesão da ordem dos 90%, de acordo com o sindicato, que entregou na quarta-feira uma carta na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa. O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, está em contrarrelógio para evitar novas ações de luta, antes de nova ronda negocial marcada para esta sexta-feira.

Questionado sobre se espera chegar a acordo com os sindicatos esta sexta-feira, Manuel Pizarro salientou que “para se dançar o tango ou para haver um acordo tem mesmo de haver pelo menos dois parceiros” e realçou o “grande esforço” do Governo para chegar a um entendimento.

“O Ministério da Saúde tem demonstrado um inquebrantável abertura ao diálogo porque reconhecemos que o Serviço Nacional de Saúde é muito importante”, frisou. “O que está em causa é evidentemente melhorar as condições dos profissionais, mas a preocupação dominante do Ministro da Saúde tem de ser, como é que isso se reflete em melhor atendimento para os cidadãos”, concluiu.

Ao segundo dia de greve, o SIM voltou a apontar para uma taxa de adesão a rondar os 90% – houve hospitais com blocos operatórios praticamente encerrados e centros de saúde onde nenhum médico compareceu ao serviço.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.