O medicamento Tamoxifeno, destinado a tratamentos de cancro, “encontra-se em rutura de stock, por motivo de fabrico” e que só será reposto a 30 de outubro, informou o Infarmed. Esta quarta-feira, o ‘Correio da Manhã’ deu o exemplo de Paulo Machado, que desde maio procura comprar o medicamento para a mãe, de 77 anos, que foi operada em outubro a um cancro da mama.
A informação está também acessível no site do Infarmed, onde se pode ler que está em falta desde 20 de julho. “A 19 de maio já não havia. É uma vergonha e é inconcebível para a minha mãe e milhares de doentes”, referiu.
O medicamento é fundamental para travar um ressurgimento do cancro. “É um bloqueador da ação dos estrogénios em tumores de mama. Serve para impedir que as células se desenvolvam e haja recidivas”, salientou o médico oncologista Jorge Espírito Santo, em declarações ao jornal diário, que considerou “incompreensível que esteja esgotado e não haja outro laboratório que fabrique um medicamento tão barato”.
“Não há nenhuma razão além do interesse comercial de quem fabrica, o preço é tão baixo que provavelmente não justifica o fabrico. É inaceitável”, sustentou.
Na resposta a Paulo Machado, o Infarmed avançou que o “medicamento encontra-se a ser distribuído de forma limitada, pelo que sugerimos que a farmácia entre em contacto com o laboratório Farmoz”, uma solução que o especialista considerou “inacreditável”.














