Líderes da rede armada de extrema-direita que planeou derrubar Governo alemão começam a ser julgados hoje em Frankfurt

O grupo, que pretendia invadir o Parlamento Federal (Bundestag), foi desmantelado no final de 2022, num caso que chocou o país

Executive Digest
Maio 21, 2024
8:30

O julgamento dos supostos líderes de uma rede armada de extrema-direita acusada de preparar um golpe de Estado na Alemanha começará esta terça-feira, no tribunal de Frankfurt.

O julgamento envolve nove pessoas acusadas de “participação numa organização terrorista”. A lista de acusados inclui o aristocrata Henri XIII, conhecido como príncipe Reuss, uma magistrada e ex-deputada do partido de extrema-direita AfD, e um ex-oficial do exército.

O grupo, que pretendia invadir o Parlamento Federal (Bundestag), foi desmantelado no final de 2022, num caso que chocou o país.

O julgamento envolve nove pessoas acusadas de “participação numa organização terrorista”, disse o tribunal de Frankfurt num comunicado citado pela agência francesa AFP.

Trata-se da principal ação judicial lançada contra esta rede alimentada pela ideologia dos Reichsburger (cidadãos do Reich), um movimento extremista que contesta a autoridade do Estado alemão.

A vasta operação contra esta célula, em 7 de dezembro de 2022, chocou a Alemanha, destacando os mecanismos da ameaça conspiracionista e de extrema-direita.

“O objetivo desta rede era eliminar pela força a ordem pública existente na Alemanha e substituí-la por uma nova”, disse o tribunal de Frankfurt.

Segundo os investigadores, o grupo foi estruturado no final de julho de 2021, com uma organização quase governamental.

Os membros tinham diferentes atribuições nas áreas da defesa, administração interna, saúde, negócios estrangeiros e justiça, e organizavam reuniões regulares.

Descendente de uma linhagem do estado regional da Turíngia (leste), Henri XIII é considerado o principal líder.

Outras figuras centrais incluem Rudiger v. P., um ex-tenente-coronel que comandou um batalhão de paraquedistas nos anos 1990, e a magistrada Birgit Malsack-Winkemann, ex-deputada do partido de extrema-direita AfD entre 2017 e 2021.

Nos últimos anos, as autoridades alemãs classificaram a violência de extrema-direita como a principal ameaça à ordem pública, antes do risco ‘jihadista’.

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