
Juros vão continuar a subir e a retirar “poder de compra dos agentes económicos”, alerta analista
No dia em que o Banco Central Europeu (BCE) aumentar as taxas de juro em 50 pontos base, em linha com as expectativas do mercado, colocando assim as taxas de referência na Zona Euro nos 3%., os especialistas apontam as dificuldades que estas decisões trarão para a economia.
“Neste ambiente em que se espera que as taxas de juro continuem a subir, as famílias portuguesas deverão ficar numa situação frágil uma vez que veem mais uma vez o seu rendimento disponível a baixar, não só pelo facto da inflação permanecer elevada, mas também pelo facto dos juros continuarem a subir e a retirarem poder de compra dos agentes económicos”, alerta Henrique Tomé, analista da XTB.
Neste cenário, também o crédito habitação vai aumentar, dado que a taxa Euribor está correlacionada com as taxas de referência do BCE. Por isso, as famílias deverão sentir mais uma vez o impacto da subida dos juros nas prestações da casa.
Henrique Tomé explica ainda que, apesar da decisão de hoje do BCE, a decisão não teve nenhum impacto negativo nos índices europeus (muito pelo contrário, uma vez que intensificaram as subidas). No mercado secundário de dívida, as yields reagiram fortemente em baixa, destacando-se as yields a 10 anos que caíram quase 6% e as yields a 2 anos caíram 4%.
“É importante notar que o BCE foi dos últimos bancos a aumentar as taxas de juro e por isso deverá ser também dos últimos a terminar com o ciclo de subidas”, recorda o analista.
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