Julho despede-se com calor… E agosto promete ainda mais. Saiba o que esperar do tempo nas próximas semanas

Com o mês de julho a chegar ao fim, Portugal continental prepara-se para enfrentar um início de agosto sob condições meteorológicas particularmente adversas.

Executive Digest
Julho 31, 2025
7:15

Com o mês de julho a chegar ao fim, Portugal continental prepara-se para enfrentar um início de agosto sob condições meteorológicas particularmente adversas. Segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e do portal especializado Tempo.pt, os primeiros quinze dias do novo mês serão marcados por temperaturas muito acima da média, ausência de precipitação significativa e risco elevado de calor extremo.

A primeira semana de agosto deverá apresentar condições ideais para quem parte de férias, sobretudo para o litoral, com tempo quente e céu limpo. No entanto, o meteorologista Pedro Sousa, do IPMA, adverte que o ambiente será globalmente muito quente: “O tempo em Portugal continental continuará caracterizado por temperaturas acima da média, com o calor a manter-se presente”, afirmou, referindo ainda que, apesar de alguma variação costeira, “haverá uma subida acentuada da temperatura nas regiões litorais a partir de terça-feira, com vento de leste a favorecer o aquecimento até mesmo junto ao mar”.

Já Mário Marques, climatologista citado pela CNN Portugal, confirma que a primeira quinzena será predominantemente seca e quente, embora possa haver breves períodos de alívio térmico, sobretudo no litoral ocidental. Ainda assim, sublinha que “não haverá descidas significativas” das temperaturas e que o calor “voltará em força já no próximo fim de semana”, podendo atingir valores acima dos 40 °C em diversas zonas do país, incluindo interior norte, centro e sul, mas também em concelhos do distrito do Porto como Amarante ou Paredes.

Noites tropicais e fluxo de leste favorecem calor contínuo
Entre os dias 3 e 7 de agosto, prevê-se a presença de um fluxo de leste puro, o que contribuirá para ventos mais calmos e temperaturas elevadas, especialmente no interior. Durante este período, as noites tropicais (com mínimas superiores a 20 °C) serão comuns no Alentejo e Algarve, podendo igualmente ocorrer nos vales do Tejo e Douro.

Com o sol a pôr-se cada vez mais cedo, haverá algum arrefecimento noturno nas regiões interiores, mas o calor diurno será intenso e persistente. A partir de meados do mês, os ventos de noroeste poderão regressar, embora, segundo Pedro Sousa, o “regime de brisas costeiras, especialmente no litoral oeste, continuará a gerar nortadas típicas durante a tarde, mesmo nos dias mais quentes”.

Meteorologia confirma prolongamento da onda de calor e risco de incêndios
A atual onda de calor iniciada a 24 de julho poderá estender-se até aos primeiros dias de agosto e será provavelmente classificada como a terceira do verão climatológico de 2025. O modelo europeu ECMWF, analisado por Alfredo Graça, meteorologista do Tempo.pt, prevê temperaturas entre 3 e 6 °C acima da média climatológica (referência 1991–2020) para quase todo o território continental, especialmente no Norte, Centro e Alentejo.

Lisboa, Setúbal, Beja, Faro e o litoral de Coimbra e Leiria deverão apresentar anomalias térmicas entre 1 e 3 °C acima do normal. Nos arquipélagos, as previsões apontam para aumentos mais suaves (até 1 °C acima da média), embora o grupo oriental dos Açores e zonas da Madeira também possam sentir esse impacto.

Com a persistência deste padrão, Portugal continental será um dos redutos de calor mais pronunciados do Sudoeste Europeu, com condições favoráveis à propagação de incêndios florestais, cujo risco poderá agravar-se ao longo da primeira quinzena de agosto.

Chuva escassa, mas instabilidade atmosférica pode surgir
Apesar de agosto ser estatisticamente o mês mais quente do ano em Portugal, é também um dos mais secos. A precipitação média acumulada é de apenas 13,6 mm, com fortes contrastes regionais: o Alto Minho poderá ultrapassar os 38 mm, enquanto em Setúbal, Baixo Alentejo e Algarve os valores rondam os 4 mm.

Contudo, como alerta Alfredo Graça, quando chove em agosto, a precipitação tende a ser irregular e convectiva, podendo surgir sob a forma de trovoadas e granizo, muitas vezes associadas a depressões isoladas em altitude (gotas frias). “Estamos a entrar numa época do ano em que bolsas de ar frio voltam a tornar-se ocasionais no nosso território”, explica, embora os mapas atuais não apontem para essa possibilidade de forma clara.

A corrente de jato polar, responsável por determinar o comportamento das frentes atlânticas, poderá vir a traçar novas ondulações que favoreçam instabilidade atmosférica a partir da segunda metade do mês, mas para já essa previsão é incerta.

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