Julgamento dos ‘Onze de Abril’ é retomado hoje: ativistas climáticos que bloquearam viaduto Duarte Pacheco arriscam penas superiores a um ano de prisão

Os 11 ativistas em julgamento, com idades entre 20 e 58 anos, estão acusados de “desobediência civil” e “interrupção das comunicações” e, em caso de condenação, arriscam penas superiores a um ano de prisão

Francisco Laranjeira
Maio 21, 2024
6:30

Após sucessivos adiamentos, o julgamento dos “Onze de Abril”, os ativistas que bloquearam a Av. Eng. Duarte Pacheco, terá nova sessão esta terça-feira.

Os 11 ativistas em julgamento, com idades entre 20 e 58 anos, estão acusados de “desobediência civil” e “interrupção das comunicações” e, em caso de condenação, arriscam penas superiores a um ano de prisão.

Marcado originalmente para os dias 22, 23 e 24 de abril, e suspendido devido à greve dos funcionários judiciais com os quais o Climáximo se declarara “em solidariedade”, o julgamento dos “Onze de Abril” retoma as sessões hoje, a partir das 14 horas, no Campus da Justiça. De acordo com carta enviada pelo tribunal, o agendamento das próximas sessões será nos dias 21, 27, 3, 4 e 12 de junho.

Maria Mesquita, porta-voz do grupo, fala em “julgamento político” onde a crise climática é “deliberadamente excluída da sala de audiências”. A estudante e animadora de ATL de 21 anos afirma que “nós não bloqueámos a Av. Eng. Duarte Pacheco no vazio. Fizemo-lo porque a crise climática é uma guerra declarada por governos e empresas à sociedade e ao planeta, e está a destruir tudo o que amamos. No Rio Grande do Sul, as cheias já mataram 147 pessoas e desalojaram mais de 500 mil. Até quando vamos consentir com este sistema?”

De acordo com a porta-voz, Maria Mesquita, “o que está a acontecer neste julgamento não é só sobre nós, as 11 pessoas que vão a tribunal. É sobre como é que daqui a 50 anos se vai contar o que foi feito pelas pessoas para travar a guerra contra a vida. Estamos perante o maior crime organizado que a Humanidade alguma vez já viu: a destruição do planeta e das condições materiais da civilização para uma vida digna por parte de Governos e empresas. E quem está nos bancos dos réus hoje? Nós, que lutamos pelas nossas vidas”.

“Não podemos normalizar a violência extrema que é a crise climática. A seca no Algarve, os milhões de pessoas atualmente deslocadas, e os milhares de mortes devido à crise climática. Sabemos que os governos e as empresas continuam os seus planos de destruição. Delegar-lhes a responsabilidade de travar a crise climática é o mesmo que esperar que o ditador ponha fim à ditadura”, adianta o movimento.

Nas últimas semanas, o Climáximo organizou várias ações para “alertar à sociedade para parar de consentir com este sistema”, entre as quais “marchas lentas” pela Graça e pela Calçada do Combro onde as manifestantes foram detidas, apesar de, garantem, a manifestação ter sido devidamente comunicada à CML.

Também esta terça-feira, em Cascais, arranca o julgamento das apoiantes do Climáximo que bloquearam um jato privado no aeródromo de Tires no final do ano passado.

 

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