Há cerca de quatro anos, Kaitlin Wichmann decidiu deixar Los Angeles e mudar-se para Lisboa, em busca de uma vida com mais liberdade e menos stress. A jovem, de 31 anos, trabalha atualmente apenas 20 horas por semana como freelancer de marketing digital, atendendo clientes americanos e portugueses, e garante ganhar mais do que ganhava num emprego de tempo integral em Los Angeles.
“Todos os dias, ao chegar ao trabalho, eu pensava: ‘Tem que haver mais na vida do que isto’”, contou Wichmann à CNBC. A insatisfação com a rotina das 9 às 5 foi o principal motivador para que ela largasse o emprego e se tornasse nómada digital, vivendo primeiro na Indonésia, Tailândia, Vietnam e Argentina antes de se estabelecer em Portugal em 2021.
A escolha por Lisboa não foi ao acaso. A cidade combina bom clima, proximidade da praia, uma grande comunidade internacional e uma vida urbana caminhável, favorecendo um estilo de vida saudável. Além disso, o país estava em plena expansão como destino de nómadas digitais, com mais de 714 mil estrangeiros a representarem 7% da população em 2021.
Para viver em Portugal, Wichmann obteve o visto de rendimento passivo D7, que lhe permitiu iniciar a sua vida profissional no país, e renovou sua residência em 2023, garantindo mais três anos de estadia. Hoje, ela vive num apartamento próprio, frequenta aulas de português e aproveita atividades como ténis, padel, praia e viagens.
Financeiramente, Kaitlin ganha cerca de 6.000 euros por mês. Ela mantém um orçamento mensal de cerca de 2.500 euros para despesas básicas, poupando o restante para empréstimos, investimentos e viagens.
“Eu sinto-me definitivamente mais feliz e em paz aqui”, afirma. Para Wichmann, o trabalho é um meio para viver uma vida mais plena, e não o centro dela. “Quero mostrar às pessoas que existe uma maneira de trabalhar que não é o tradicional expediente das 9 às 5 e inspirar a viver a vida ao máximo”, acrescenta.














