Interior em risco de deixar de receber jornais e revistas por falha na distribuição

A preocupação foi expressa numa carta enviada ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em que os responsáveis das maiores empresas do setor e a distribuidora Vasp pedem uma “audiência urgente” para expor a gravidade da situação e exigir uma intervenção imediata do Governo.

Revista de Imprensa
Setembro 22, 2025
10:40

Os principais grupos de comunicação social portugueses alertam que vastas regiões do Interior correm o risco de ficar privadas do acesso a publicações impressas. A preocupação foi expressa numa carta enviada ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em que os responsáveis das maiores empresas do setor e a distribuidora Vasp pedem uma “audiência urgente” para expor a gravidade da situação e exigir uma intervenção imediata do Governo, segundo avança o Jornal de Notícias.

Os signatários representam oito entidades ligadas à imprensa: Domingos Andrade (Notícias Ilimitadas), Francisco P. Balsemão (Impresa), Cristina Soares (Público), Luís Santana (Media Livre), Luís Trindade (Global Notícias/DN), Ricardo Peres (Vicra/A Bola), Eduardo Gradiz (Presspeople) e Marco Galinha (Vasp). Em conjunto, defendem que a distribuição de jornais e revistas em todo o território está em risco de colapso. “A eventual redução da presença da Imprensa em parte significativa do território compromete a literacia mediática e fragiliza a coesão social e territorial”, sublinham.

Na missiva, os grupos alertam que a concretização deste cenário “põe em causa um direito fundamental consagrado na Constituição da República” — o direito a ser informado. A preocupação centra-se sobretudo no Interior, onde a rede de pontos de venda tem vindo a reduzir-se de forma acentuada.

O setor lembra ainda que o problema já tinha sido identificado pelo anterior ministro da Presidência, Pedro Duarte, que prometeu o lançamento de um concurso público para a distribuição de publicações em todo o país. Nessa altura, Duarte apontava como exemplo os concelhos de Vimioso, Freixo de Espada à Cinta, Marvão e Alcoutim, onde “já não se pode comprar jornais e revistas”. Passados oito meses, a promessa não avançou e o concurso continua por lançar.

A distribuidora Vasp alerta que a conjuntura financeira agrava ainda mais a situação. Em comunicado, refere que “o aumento contínuo dos custos operacionais, a crise financeira e a continuada quebra das vendas” colocam a empresa “numa situação de grande fragilidade, que põe em causa a manutenção da distribuição em centenas de pontos de venda”.

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