Influencer Miguel Milhão quer lançar partido político ultraconservador de direita

Aos 42 anos, o milionário tornou-se agora um influencer de ideias políticas, com mais de 100 mil subscritores nas redes sociais ‘Instagram’ e ‘YouTube’

Revista de Imprensa
Junho 11, 2025
9:58

Miguel Milhão, o dono da Prozis e patrocinador do polémico anúncio contra o aborto, está a tentar legalizar um novo partido político libertário na economia e ultraconservador nos valores, com estatutos copiados do PCP, indicou esta quarta-feira a revista ‘Sábado’.

Aos 42 anos, o milionário tornou-se agora um influencer de ideias políticas, com mais de 100 mil subscritores nas redes sociais ‘Instagram’ e ‘YouTube’, onde publica o podcast ‘Cdk’, que já contou com a presença de vários políticos de direita, incluindo André Ventura, assim como influencers e empresários.

“Convidei pessoas de todo o espectro político, incluindo da extrema-esquerda”, referiu Milhão à revista semanal, dando o exemplo de Rui Tavares e Mariana Mortágua. “Convite propriamente dito – um email ou qualquer outra mensagem, explicando o contexto do podcast e exprimindo interesse na minha participação nunca houve”, argumentou Rui Tavares, do Livre. “O que houve foi uma espécie de assédio em público nas redes sociais (…) a que não atribui um interesse real, porque não parecia ser mais do que um número para os seus seguidores.”

Miguel Milhão tem outros projetos na manga: uma plataforma de intervenção cívica e política, uma comunidade chamada “V Império” e um partido político chamado Portugal Quinto Portugal (PQP). A comunidade pretende ser “um grupo informal de pessoas que partilham valores como a ética cristã, a liberdade e o mérito” e “uma nação virtual exclusivamente em língua portuguesa”. Já o “PQP é uma ferramenta para a ação política institucional”, explicou.

O partido, que tem pouco menos de metade das 7.500 assinaturas necessárias para entregar no Tribunal Constitucional para ser legalizado, tem os estatutos copiados do PCP. “Foram uma inspiração clara visto serem os menos democráticos — e é exatamente por isso que o partido resistiu tanto tempo, mesmo com ideias que há muito deixaram de mobilizar a sociedade”, defendeu. “Se um partido quiser durar mais do que uma moda de redes sociais, precisa de estruturas robustas e disciplina interna.”

“O projeto do partido é para ser levado a sério”, frisou. “Mesmo não podendo ser eu a liderá-lo ou a estar nas listas, acredito que posso ajudar a criar as condições para que novas vozes, com estes princípios, entrem na vida pública e contribuam para o desenvolvimento do país”, sublinhou.

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