No primeiro semestre de 2025, as 34 maiores fabricantes automóveis analisadas venderam 37,6 milhões de veículos, mais 3% do que em igual período de 2024. O crescimento foi impulsionado por Toyota, BYD e Geely, que compensaram as quebras registadas por Stellantis e Tesla, destacou esta quinta-feira a publicação ‘Motor1’.
Apesar do aumento no número de unidades, as receitas globais recuaram 2%, fixando-se em 1.150 mil milhões de euros. O preço médio por veículo baixou de 32.419 para 30.708 euros, reflexo sobretudo da guerra de preços na China.
Rentabilidade em colapso
Os lucros operacionais caíram 23%, para 104 mil milhões de euros, e os lucros líquidos afundaram 69%, para apenas 22,6 mil milhões de euros. A margem líquida global caiu de 6,1% para 2%.
Entre os construtores mais penalizados estão Stellantis e Nissan, seguidos de Mercedes, Ford, Tesla, Volkswagen, BMW, Honda e Kia.
Pressões externas e competição chinesa
O setor enfrenta simultaneamente a guerra de preços agressiva na China, custos elevados na Europa e incertezas comerciais resultantes das tarifas impostas pelos EUA. A isto soma-se a estagnação em vários mercados ocidentais.
Mesmo com crescimentos expressivos de vendas — 33% para a BYD e 47% para a Geely — os ganhos financeiros foram limitados: 14% no caso da BYD e praticamente nulos na Geely.
Marcas mais rentáveis
Poucos construtores conseguiram melhorar resultados: Suzuki e Ferrari viram os seus lucros subir 9%, enquanto a BYD registou 2%.
Em termos de margem líquida, a Ferrari lidera com 23,4%, seguida da Suzuki (9,1%), Kia (8,1%), Hyundai (7,2%) e GWM (6,9%). Já no valor de lucro por veículo, a Ferrari destaca-se largamente com 118.124 euros por unidade, seguida da Jaguar Land Rover (5.126 €), Porsche (4.905 €), Mercedes (2.497 €) e BMW (2.029 €).
Futuro incerto
Especialistas alertam que, sem medidas que tragam maior flexibilidade regulatória na Europa, clareza nas regras comerciais nos EUA e o fim da guerra de preços na China, o futuro da indústria automóvel permanece em risco.














