Muitos portugueses subestimam os custos adicionais ao contratar crédito habitação, adquirir uma casa continua a ser um dos maiores compromissos financeiros para as famílias portuguesas. Entre poupança, financiamento e despesas associadas, compreender antecipadamente o valor necessário é essencial para uma compra segura.
Qual o valor da entrada?
Na maioria dos casos, os bancos em Portugal financiam até 90% do valor de avaliação do imóvel. Isto implica que o comprador tenha de assegurar, pelo menos, 10% do preço do imóvel para a entrada. Exemplo: para uma casa de 200.000 euros, será necessário um mínimo de 20.000 euros. Este valor pode aumentar quando: a avaliação bancária fica abaixo do preço de compra; o comprador apresenta maior risco financeiro, como instabilidade laboral ou histórico de dívidas. Custos que muitos ignoram
Além da entrada, existem encargos adicionais frequentemente subestimados.
Pedro Castro, Head of Operations e Especialista em Crédito Habitação no ComparaJá.: “Os compradores muitas vezes não têm noção dos custos extra associados à aquisição do imóvel.”
Entre os mais relevantes estão:
- Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT): varia consoante o valor e finalidade do imóvel;
- Imposto do Selo: 0,8% do valor da escritura;
- Escritura e registos: normalmente entre 500 e 1.000 euros.
Somando entrada e despesas associadas, o montante necessário pode atingir 15% ou mais do valor total do imóvel.
Apoios para jovens até 35 anos
O Governo disponibiliza incentivos que podem aliviar a carga financeira: Isenção de IMT em determinadas condições para habitação própria; Isenção ou redução do Imposto do Selo em situações específicas; Garantia Pública, que permite financiar até 100% do valor do imóvel, cobrindo a parcela que normalmente não é suportada pelo banco.
Como organizar a poupança?
Para uma compra sustentável, o ideal é que a prestação do crédito não ultrapasse 30% do rendimento mensal. Exemplo: com 1.500 euros mensais, a prestação deve ficar abaixo dos 450 euros.
Passos recomendados: calcular o montante necessário (entrada + custos adicionais); definir um valor mensal a poupar; criar uma conta poupança dedicada; reforçar a poupança com rendimentos extraordinários e cortar despesas supérfluas.
Quanto é possível financiar?
Os bancos avaliam sobretudo três fatores:
- Taxa de esforço: idealmente entre 30% e 35% do rendimento mensal;
- Prazo do empréstimo: normalmente até 40 anos, prestações mais baixas implicam juros totais mais elevados;
- Taxas de juro: Euribor e spread influenciam diretamente o valor financiável. Por exemplo, para um rendimento mensal de 1.800 euros, taxa de juro de 3% e prazo de 30 anos, poderá ser obtido um crédito próximo dos 150.000 euros, com prestação de cerca de 630 euros.
Como simplificar o processo comparar propostas de diferentes bancos; reunir previamente documentação como comprovativos de rendimento e declaração de IRS; considerar o apoio de especialistas na negociação; manter uma reserva financeira para imprevistos.
Comprar casa exige planeamento e uma visão realista dos custos. Avaliar a capacidade financeira, poupar de forma consistente e comparar diferentes opções de crédito são passos fundamentais para uma compra segura e sustentável.














