Portugal prepara-se para receber centenas de milhares de jovens no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ): entre o dia 1 e 6, o país vai acolher turistas e peregrinos que pretendem partilhar com o Papa Francisco a fé cristã.
Por ocasião da JMJ, a Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresentou um retrato de uma juventude que está a perder representatividade num país ‘desigual’.
Mas vamos a números:
– em 2022, residiam em Portugal 1.086.544 jovens entre os 15 e os 24 anos, o equivalente a 10% do total da população, dos quais 51% eram do sexo masculino e 49% do sexo feminino. São menos 6 pontos percentuais face a dados de 1961.

– no total dos países da União Europeia, são cerca de 47 milhões e Portugal é o 10º país com maior proporção de jovens, ligeiramente abaixo da média europeia (11%). A Irlanda (13%), os Países Baixos (12%) e a Dinamarca (12%) lideram o ranking; a Chéquia e a Bulgária, em contrapartida, são os países com menor peso de jovens no total da sua população (9% para ambos os países).
– um em cada 10 jovens a residir em Portugal nasceu no estrangeiro. Destes, 22% nasceram noutro Estado-membro da União Europeia.
– de acordo com os Censos de 2021, cerca de 71 mil jovens (6% do total desta faixa etária) são estrangeiros: 40% são brasileiros, 8% angolanos e cabo-verdianos, e 5% são da Guiné-Bissau.
– saldo migratório aponta que, desde 2019, entram no país mais jovens do que aqueles que saem para viver no estrangeiro. Mas nem sempre foi assim: de 2010 a 2018 o saldo foi negativo.
A distribuição em Portugal é, de acordo com dados da Pordata, desigual: há apenas 16 municípios em Portugal em que o peso dos jovens nesta faixa etária é igual ou superior a 12%.
– os municípios da Região Autónoma dos Açores – Ribeira Grande (14%) e Lagoa (13,5%) – e da Região Autónoma da Madeira – Câmara de Lobos (13,5%) e Ponta do Sol (12,7%) – são os que têm maior peso de jovens;
– em sentido contrário, Pampilhosa da Serra e Vila Velha de Ródão com peso inferior a 6%.

Portugal é o 4º país da União Europeia com maior percentagem de jovens a viver com os pais
Em 2022, a esmagadora maioria dos jovens (95%) vivia com os pais, valor que traduz uma mais difícil independência, sobretudo considerando que este valor era de 86% em 2004.
Só Itália (97%), Croácia (96%) e Espanha (96%) ‘batem’ Portugal, todos acima da média europeia (83%). Na Suécia e na Dinamarca, os jovens que vivem com os pais são menos de metade do total.
Em Portugal, de acordo com dados de 2022 do Eurostat, a idade média de saída de casa dos pais era aos 30 anos, mais 3 anos do que a média europeia.
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