Greve nos aeroportos arranca hoje e vai repetir-se durante cinco fins de semana (mas há serviços mínimos)

Arranca esta sexta-feira uma greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, que promete perturbar o funcionamento dos principais aeroportos nacionais durante cinco fins de semana consecutivos.

Pedro Gonçalves
Julho 25, 2025
6:30

Arranca esta sexta-feira uma greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, que promete perturbar o funcionamento dos principais aeroportos nacionais durante cinco fins de semana consecutivos. A paralisação, convocada pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e pelo Sindicato dos Transportes (ST), estende-se do último fim de semana de julho até aos quatro últimos de agosto. O Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social decretou serviços mínimos obrigatórios para mitigar os efeitos da greve.

O primeiro período de paralisação tem início às 00h00 desta sexta-feira, 25 de julho, e prolonga-se até às 24h00 de segunda-feira, 28. Em agosto, a greve repete-se com o mesmo modelo e duração entre os dias 8 e 11, 15 e 18, 22 e 25, e por fim, entre 29 de agosto e 1 de setembro.

Na base da contestação estão exigências como o fim dos salários base inferiores ao salário mínimo nacional, melhores condições salariais, o pagamento devido de horas noturnas e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento em moldes que, segundo os sindicatos, “sempre lhes foram aplicados”. Os representantes dos trabalhadores denunciam que muitos profissionais continuam a auferir valores abaixo dos 820 euros mensais, o que consideram inaceitável, especialmente tendo em conta a natureza essencial das suas funções no setor da aviação civil.

Perante o impacto potencial da greve, o Tribunal Arbitral decidiu impor serviços mínimos para assegurar assistência em escala a todos os voos considerados críticos para a segurança de pessoas e bens. Incluem-se aqui os voos-ambulância, movimentos de emergência devido a razões técnicas ou meteorológicas, voos militares e de Estado — nacionais ou estrangeiros —, bem como todas as ligações aéreas que já estejam em curso no momento em que a greve se iniciar e tenham como destino aeroportos servidos pela SPdH.

Além disso, o tribunal determinou que devem ser mantidas as ligações aéreas entre Lisboa e Ponta Delgada, Lisboa e Terceira, Lisboa e Funchal, assim como entre o Porto e a Madeira e entre o Porto e Ponta Delgada, por se tratarem de rotas essenciais para assegurar a mobilidade entre o continente e as regiões autónomas.

A empresa SPdH/Menzies não comentou, até ao momento, o impacto previsto da paralisação. No entanto, fontes do setor admitem que, caso haja forte adesão à greve, se poderão verificar perturbações relevantes nos serviços de assistência em escala, nomeadamente no tratamento de bagagens, apoio ao embarque e desembarque de passageiros, bem como nas operações de manuseamento de aeronaves.

A Groundforce, entretanto adquirida pela multinacional Menzies Aviation em 2022, tem sido alvo de críticas por parte dos trabalhadores, que consideram que a prometida melhoria das condições laborais nunca chegou a concretizar-se. A repetição da greve durante vários fins de semana consecutivos promete colocar à prova a capacidade de resposta da empresa e a resiliência dos aeroportos portugueses num período em que muitos viajantes se deslocam por motivos de férias.

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