Governos de China e Rússia alinham em defender-se de pressões ocidentais

Primeiro-ministro russo acusou os países ocidentais de adotarem “sanções ilegítimas” e de recorrerem a “métodos de concorrência desleal” para “manter a sua hegemonia global e conter o potencial económico e tecnológico da Rússia e da China”

Executive Digest com Lusa
Agosto 21, 2024
14:09

Os primeiros-ministros russo, Mikhail Mishustin, e chinês, Li Qiang, concordaram hoje em defender os interesses comuns dos dois países face às pressões ocidentais e reforçar a cooperação para promover “a justiça no mundo”.

“Encontramo-nos perante condições externas nada fáceis (…) Portanto, é importante concentrar os nossos esforços na defesa dos nossos interesses comuns, na construção de uma ordem mundial multipolar e na coordenação na arena internacional”, explicou Mishustin no início da reunião com o seu homólogo chinês.

O primeiro-ministro russo acusou os países ocidentais de adotarem “sanções ilegítimas” e de recorrerem a “métodos de concorrência desleal” para “manter a sua hegemonia global e conter o potencial económico e tecnológico da Rússia e da China”.

Por sua vez, Li – que deverá ser hoje recebido pelo presidente russo, Vladimir Putin – manifestou-se “completamente convicto” do futuro reforço da cooperação entre os dois países.

“A amizade sino-russa resistiu à turbulência internacional e tem uma longa história. A nossa amizade é sólida, forte e inquebrável. É a nossa valiosa conquista comum. Este ano, a China e a Rússia celebram 75 anos do estabelecimento de relações diplomáticas”, lembrou o primeiro-ministro chinês.

Li acrescentou que o seu país está disposto, perante a “mudança da situação internacional”, a avançar com a Rússia “com mais firmeza” na linha definida pelos líderes de ambos os países para o bem dos seus povos, bem como pela “justiça em todo o mundo”.

Mishustin recordou que a cooperação energética está a ser reforçada, uma vez que “a Rússia lidera nas exportações de petróleo” e pretende aumentar as exportações agrícolas para o mercado chinês e aprofundar a cooperação na exploração espacial e na inteligência artificial.

Além disso, o líder russo propôs a Pequim a utilização conjunta da rota do Ártico, o que permite reduzir o tempo de transferência de mercadorias em comparação com o Canal do Suez.

Mishustin referiu ainda o facto de Moscovo e Pequim estarem a aumentar rapidamente a utilização das suas moedas nacionais no seu comércio e investimentos.

“Hoje o peso do rublo e do yuan nas trocas bilaterais já ultrapassa os 95%”, assegurou o primeiro-ministro russo.

Li lembrou ainda que ambos os países cooperam de forma aprofundada em áreas como os transportes, a ciência, a tecnologia, o espaço e a aviação.

Segundo o primeiro-ministro russo, os executivos dos dois países deverão pôr em prática os acordos alcançados por Putin e pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em março de 2023, em Moscovo, e em maio último, em Pequim.

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