Gastos públicos, “trabalho escravo” e abusos sexuais da Igreja: Martim Moniz recebe hoje protesto contra a realização da JMJ

Abusos sexuais na Igreja Católica, as posições conservadoras sobre a sexualidade e o facto de terem sido contratados reclusos para a construção dos confessionários em Belém também constam na lista de críticas do movimento “Sem Papas na Língua”

Francisco Laranjeira
Agosto 4, 2023
6:45

O Martim Moniz vai ser palco, esta sexta-feira, a partir das 19 horas, de um manifestação “Sem Papas na Língua” de protesto com os elevados gastos públicos com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Também os abusos sexuais na Igreja Católica, as posições conservadoras sobre a sexualidade e o facto de terem sido contratados reclusos para a construção dos confessionários em Belém também constam na lista de críticas.

Em declarações à ‘CNN Portugal’, a organização explicou que é composta por um “um grupo de pessoas e coletivos autónomos, onde as decisões são tomadas em coletivo”. “Apesar do esforço de todos os espaços – políticos e mediáticos – para criar um discurso único sobre a receção da JMJ – como se fosse meramente uma celebração religiosa. Não esquecemos que o objetivo deste evento é político, e que é através da ocupação do espaço público que a igreja continua a reafirmar o seu domínio”, sustentam os organizadores.

“A Igreja Católica continua vinculada à construção de poder e, através da intrusão de valores e normas, continua a exercer um controlo social e cultural na nossa sociedade. Os dogmas da religião interferem na construção do poder popular e no poder de decisão das comunidades marginalizadas – ao quererem privar-nos da liberdade e autonomia dos nossos corpos. Com a imposição das suas hierarquias exigem-nos submissão. Mas nós não esquecemos – nós somos a insubmissão”, pôde ler-se no manifesto.

“Nas últimas sete décadas, mais de 4.800 crianças foram abusadas sexualmente no seio da Igreja Católica em Portugal. Essas práticas, que a doutrina cristã aparentemente condena e que seriam punidas dentro e fora da igreja, e que são comprovadamente factuais, envolvem todo um secretismo quase impossível de penetrar”, acusaram.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.