Ganha-se pouco, paga-se muito: Estas são as cidades onde o salário já não chega para pagar a renda (e uma é em Portugal)

A habitação está a tornar-se um peso insustentável nos orçamentos familiares em várias cidades europeias — e Lisboa está entre os casos mais preocupantes. De acordo com um relatório do Deutsche Bank Research Institute, analisado pela Euronews Business, o salário líquido médio na capital portuguesa não é suficiente para pagar a renda mensal de um apartamento T1 no centro da cidade. O rácio entre renda e salário atinge os 116%, o mais elevado entre as 28 cidades europeias analisadas.

Executive Digest
Julho 26, 2025
13:00

A habitação está a tornar-se um peso insustentável nos orçamentos familiares em várias cidades europeias — e Lisboa está entre os casos mais preocupantes. De acordo com um relatório do Deutsche Bank Research Institute, analisado pela Euronews Business, o salário líquido médio na capital portuguesa não é suficiente para pagar a renda mensal de um apartamento T1 no centro da cidade. O rácio entre renda e salário atinge os 116%, o mais elevado entre as 28 cidades europeias analisadas.

A análise compara os salários líquidos mensais com os valores médios de renda de apartamentos de um quarto nos centros urbanos, revelando onde se vive com maior ou menor folga financeira. Segundo o estudo, além de Lisboa, Istambul também apresenta um rácio superior a 100% (101%), o que significa que o salário médio não cobre os custos de habitação.

Salários elevados no centro da Europa

No extremo oposto, Genebra destaca-se como a cidade europeia com maior folga no orçamento dos trabalhadores solteiros. Com um rácio de apenas 29%, é também a cidade onde sobra mais rendimento após pagar a renda: 5.174 euros por mês. Zurique (35%) e Luxemburgo (34%) seguem-se como cidades onde os altos salários permitem enfrentar os custos da habitação com maior tranquilidade.

Frankfurt (34%), Helsínquia (35%) e Viena (38%) completam o grupo das cidades onde menos de 40% do rendimento médio é gasto em habitação.

Londres e Madrid também penalizadas

Entre as principais capitais europeias, Londres surge com um rácio elevado (75%), ao mesmo nível de Madrid (74%) e Barcelona. Roma (65%), Dublin (62%) e Atenas (57%) são outras capitais onde mais de metade do salário é absorvido pela renda.

Berlim, com 40%, é a capital das cinco maiores economias europeias com o rácio mais equilibrado. Paris segue com 45%.

Lisboa: saldo negativo no final do mês

O estudo também calcula o rendimento disponível depois de pagar a renda. Lisboa é novamente destaque negativo: um trabalhador médio fica com um saldo negativo de 202 euros, sendo a única cidade europeia onde o salário líquido médio não cobre sequer o custo do arrendamento.

Por contraste, além de Genebra e Zurique, os rendimentos disponíveis mais elevados após a renda encontram-se em cidades como Luxemburgo (3.725 euros), Frankfurt (2.726 euros), Copenhaga (2.421 euros) e Amsterdã (2.194 euros).

O relatório Mapping the World’s Prices analisou 69 cidades em todo o mundo. A nível global, outras cidades onde o salário não cobre a renda incluem Bogotá (120%), Cidade do México (118%) e São Paulo (102%).

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