O gabinete do primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, deixou em aberto a possibilidade, esta sexta-feira, que está a caminho um serviço militar opcional e reformulado. Embora os planos não cheguem ao recrutamento, o programa voluntário provavelmente envolverá treino militar sério e foi criado para abrir caminho para o recrutamento nas Forças Armadas ativas ou na reserva.
Paris segue os exemplos de outros países europeus, incluindo Alemanha e Polónia, que lidam com problemas de recrutamento conforme o Velho Continente se prepara para uma possível guerra com a Rússia de Vladimir Putin.
Recorde-se que em julho último o presidente francês Emmanuel Macron apontou que França criaria “uma nova estrutura para permitir que os jovens sirvam”. Embora ainda esteja em estágio preliminar, o anúncio desta sexta-feira mostra que o trabalho para que isso aconteça está a avançar.
Ao mesmo tempo, o gabinete do primeiro-ministro Sébastien Lecornu anunciou que será extinta uma unidade encarregada do controverso chamado serviço nacional, “no contexto da próxima criação do serviço militar voluntário”.
França criou o serviço nacional universal em 2019 — um serviço opcional de um mês para voluntários de 15 a 17 anos com o objetivo de transmitir os valores franceses.
O programa civil, no qual os voluntários usam uniformes estilo exército, foi visto como um primeiro passo em direção ao serviço militar — mas os participantes recebem pouco treino militar real.
A falta de participação no programa, bem como a necessidade de recrutar mais pessoas para as Forças Armadas para cumprir as obrigações da NATO e aumentar a dissuasão contra a Rússia, desencadeou conversas sobre o restabelecimento do serviço militar voluntário.
Atualmente, não há qualquer conversa sobre o restabelecimento do serviço militar obrigatório na França, que foi encerrado pelo ex-presidente Jacques Chirac em 1997.
