Flotilha Global Sumud prepara hoje nova partida da Tunísia após alegado ataque de drone

Navio de bandeira portuguesa integrado na flotilha, que atacado esta terça-feira com o drone na Tunísia, sofreu apenas danos “superficiais” e “pode viajar” para Gaza esta quarta-feira

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Setembro 10, 2025
7:45

A Flotilha Global Sumud – que significa resiliência, em árabe -, que pretende ser “a maior missão humanitária da história” com o território palestiniano de Gaza, zarpou no passado domingo de Barcelona e prepara-se para partir esta quarta-feira da Tunísia.

O navio de bandeira portuguesa integrado na flotilha, que atacado esta terça-feira com o drone na Tunísia, sofreu apenas danos “superficiais” e “pode viajar” para Gaza esta quarta-feira, segundo os porta-vozes tunisinos da flotilha. O barco atingido foi o ‘Family Boat’ (Barco da Família), com bandeira portuguesa e que transporta elementos portugueses participantes na ação humanitária de apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza, assim como membros do Comité Diretivo da organização.

“O barco principal da flotilha (Family) foi atacado aparentemente por um drone no porto de Tunes”, denunciou igualmente a relatora especial das Nações Unidas para a Cisjordânia e Gaza, Francesca Albanese, numa de várias publicações na rede social ‘X’.

Integram a flotilha três portugueses: a deputada e dirigente do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, o ativista português Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, pediu uma reação da comunidade internacional depois do alegado ataque: a responsável bloquista sublinhou que o barco foi atingido de noite, após a troca de turnos de vigia que os ocupantes dos barcos fazem porque “noutras missões anteriores já houve casos de ataques com drones ou de sabotagem dos barcos”.

“Eu, a Sofia [Aparício] e a tripulação ficámos a bordo do barco e os restantes participantes vieram até a terra e depois trocámos e o Miguel [Duarte] foi para o barco (…) e foi nesse momento, durante a noite, que um drone surgiu e lançou um dispositivo incendiário que despoletou um incêndio, que foi controlado pela ação dos tripulantes e dos passageiros que estavam a bordo, com extintores, com graves riscos para todos, mas felizmente controlados”, explicou.

O primeiro-ministro português afirmou entretanto, em Pequim, que o Governo está a recolher informações sobre o que se passou com a flotilha humanitária que transporta portugueses. Luís Montenegro foi questionado sobre pelos jornalistas, à margem da visita que está a realizar à China, sobre que informações dispõe o Governo sobre este caso.

“As informações são muito limitadas e, portanto, eu não poderei acrescentar nada mais que não o facto de ir recolher, precisamente, mais conteúdo informativo para poder depois emitir alguma opinião”, afirmou o primeiro-ministro, que estava ladeado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

As forças israelitas têm em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 64.600 mortos no território governado pelo Hamas desde 2007.

A ofensiva seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

Israel, que anunciou uma operação para tomar a cidade de Gaza, no norte do enclave, tem sido acusado de genocídio e de usar da fome como arma de guerra, que nega.

A ONU declarou em agosto uma situação de fome no norte de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.

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