Flórida pode ter batido recorde mundial: temperatura da água do mar está ao nível de uma banheira de hidromassagem

Boias meteorológicas registaram temperaturas superiores a 37,8 graus Celsius durante dois dias seguintes

Francisco Laranjeira
Julho 26, 2023
12:24

A temperatura da água na Flórida, nos Estados Unidos, atingiu os níveis de uma banheira de hidromassagem, tendo ultrapassado os 37,8 graus Celsius durante dois dias seguidos: segundo os meteorologistas, pode ser a maior temperatura de água do mar alguma vez registada.

De acordo com a agência ‘Associated Press’, a apenas 40 quilómetros da costa, os cientistas observaram os efeitos devastadores das águas quentes – o branqueamento de corais e até mesmo mortes naquele que é um dos recifes mais resistentes de Florida Keys.

Os registos meteorológicos da temperatura da água do mar não são oficiais e há certas condições nessa leitura que podem desqualificá-la, segundo os meteorologistas. No entanto, a leitura inicial numa bpia em Manatee Bay atingiu 38,4 graus Celsius na noite da passada segunda-feira, apontou George Rizzuto, meteorologista do Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) – na noite de domingo, a mesma boia registou uma leitura online de 37,9 graus Celsius. “Parece plausível”, apontou o especialista. “Este é um potencial recorde.”

Embora não haja registos oficiais da temperatura da água, um estudo de 2020 indicou uma marca de 37,6 graus Celsius, registado no Kuwait em julho de 2020 como a temperatura mais alta da superfície do mar alguma vez registada a nível mundial. Segundo Rizzuto, a Flórida pode ter ‘garantido’ um novo recorde mundial uma vez que algumas boias próximas registaram medições entre 36,7 e 37,2 graus Celsius.

“Isso é uma banheira de hidromassagem”, apontou o meteorologista da Yale Climate Connections, Jeff Masters – segundo o fabricante de banheira de hidromassagem Jacuzzi, a água recomendada deve estar entre os 37,8 e 38,9 graus. “Nunca vimos um evento recorde como este antes”, referiu Masters.

No entanto, segundo o meteorologista tropical da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, as leituras podem não ser aceites como um recorde uma vez que a área é rasa, tem ervas marinhas e pode estar influenciada pelas terras quentes nas proximidades. Brian McNoldy salientou que, ainda assim, “é incrível”, garantindo que o facto de as duas medições terem sido feitas em dias consecutivos dá credibilidade às leituras.

O efeito do calor extremo já provocou estragos: “Descobri que todo o recife foi branqueado. Cada colónia de coral exibia alguma forma de palidez, branqueamento parcial ou total”, referiu Andrew Ibarra, investigador da NOAA, que indicou que alguns corais já morreram.

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