A fábrica de Cacia da The Navigator Company comemora 70 anos. Foi em 1953 que começou o caminho de uma marca que afirmou o papel português no mundo, e que hoje trilha pela inovação e sustentabilidade.
Foi há 70 anos que iniciaram os ensaios de laboração da fábrica de Cacia, em Aveiro, que deu início à afirmação mundial do eucalipto enquanto matéria-prima de excelência para a produção dos papéis de melhor qualidade (impressão, tissue e packaging), mas também como recurso para uma nova geração de produtos e soluções que, até há pouco, só eram possíveis através de materiais de origem fóssil.
A Navigator fala num “ponto de viragem na indústria a nível mundial”, e em 2022, deste complexo industrial, um dos quatro sob a gestão da empresa, saíram perto de 200 mil toneladas de pasta de papel e cerca de 50 mil toneladas de tissue para mais de 40 países em todo o mundo, afirmando a qualidade do eucalipto português como matéria-prima de excelência na geração de diversos fluxos valiosos a partir da nossa floresta.
A empresa destaca ainda o “Projeto TE-24”, desenvolvido secretamente em 1956, num laboratório da fábrica de Cacia da então Companhia Portuguesa de Celulose, hoje parte integrante da The Navigator Company.
Este projeto esteve na origem de duas inovações a nível mundial: a produção, à escala industrial, de pasta de eucalipto globulus pelo método kraft, bem como o fabrico de papéis de impressão e de embalagem com 100% de fibra de eucalipto português.
“O ‘Projeto TE-24’ foi o catalisador do sucesso internacional da pasta de eucalipto globulus, destacando-a como verdadeira alternativa às fibras longas, que naquela época dominavam o mercado e eram consideradas o produto nobre. O reduzido teor de lenhina do eucalipto plantado em Portugal e a sua estrutura química peculiar (favorecendo a sua remoção nos processos químicos de cozimento e branqueamento), assim como a consequente elevada percentagem de celulose, beneficiavam o processo de produção da pasta a partir desta espécie, tornando-o mais eficiente e com menores consumos de madeira e de produtos químicos por tonelada de pasta produzida”, explica a Navigator.
E foi a partir de 1957 que começaram a vender-se na Europa as pastas cruas e branqueadas de eucalipto, marco que transformou a empresa num dos maiores produtores mundiais de pasta branca de eucalipto globulus, líder europeu na produção e papel de impressão e escrita e líder mundial no segmento Premium.
70 anos depois do lançamento deste projeto, a Navigator tem “colocado a floresta nacional, em particular o eucalipto português, na vanguarda da bioeconomia circular mundial, através de uma estratégia de valorização da floresta e de uma cultura de industrialização do conhecimento técnico-científico e da inovação”.
Destacam os processos e produtos desenvolvidos através do Instituto RAIZ – Laboratório de I&D detido pela The Navigator Company, Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, através do Instituto Superior de Agronomia.
Estes estão a viabilizar uma nova geração de bioprodutos a partir do eucalipto globulus alternativos aos produtos de origem fóssil, como o plástico, substituindo-o por materiais de base renovável e sustentável a partir de florestas plantadas.
“Há 70 anos, a fábrica de Cacia foi, assim, a grande impulsionadora de um sector que é uma fonte de riqueza para o país, pela exportação de bens transacionáveis, pelo papel como agente dinamizador de zonas desfavorecidas, pela criação de emprego (com grande número de agentes envolvidos na produção, transformação e comercialização dos seus produtos) e pela valorização do conhecimento científico”, sublinha a empresa.














