Explicador: Taxa de esforço para crédito à habitação vai ser revista. Saiba o que pode mudar

O Banco de Portugal vai rever ainda em 2023 a taxa de esforço para a concessão de créditos à habitação. A Vice-Governadora do banco central português, Clara Raposo, considera que esta revisão vai permitir que muitos portugueses possam ter acesso a um crédito hipotecário.

Executive Digest
Julho 3, 2023
10:50

O Banco de Portugal vai rever ainda em 2023 a taxa de esforço para a concessão de créditos à habitação. A Vice-Governadora do banco central português, Clara Raposo, considera que esta revisão vai permitir que muitos portugueses possam ter acesso a um crédito hipotecário.

A taxa de esforço no crédito habitação refere-se à percentagem do rendimento mensal que é destinada ao pagamento das prestações mensais do empréstimo para a compra de uma casa. Essa taxa é calculada dividindo o valor da prestação mensal pelo rendimento mensal líquido e multiplicando por 100 para obter a percentagem.

Este é um dos principais fatores considerados pelos bancos e instituições financeiras ao avaliar a elegibilidade de um mutuário para um empréstimo hipotecário.

Por norma, os credores impõem um limite máximo para a taxa de esforço, a fim de garantir que o mutuário tenha capacidade financeira para cumprir com as obrigações de pagamento do empréstimo.

É através desta que o crédito é autorizado e que se calculam juros e prestação, sendo que o máximo recomendado pelo Banco de Portugal está nos 35%, e para calcular esse indicador, conta-se com um nível de stress extra de 3%.

Relativamente à revisão da taxa de esforço, esta só será aplicável a novos empréstimos e poderá levar a uma maior concessão de crédito às famílias. No entanto, de acordo com os dados das instituições financeiras, ainda não se assiste a um número preocupante de incumprimentos das famílias portuguesas causados pelas subidas das taxas de juro.

A Vice-Governadora do BdP explicou em entrevista à ‘Antena 1’ e ao ‘Negócios’ que o regulador tem simulado o impacto que terá de reduzir este choque da taxa de esforço, e permitir que as famílias não estejam tão sobreendividadas.

Do lado do Velho Continente, os especialistas apontam que a subida das taxas de juro não vai para neste verão. Na sua reunião em Sintra, Christine Lagarde admitiu que o Banco Central Europeu não vai tirar o pé do travão na reunião de julho, e os especialistas já apontam para setembro uma nova subida.

Clara Raposo considera que esta subida das taxas em julho poderia ser evitável, que o regulador europeu deveria fazer uma pausa na sua política monetária e aguardar para se analisarem, os impactos

A Vice-Governadora do BdP sublinhou ainda que as empresas devem refletir nos preços e nas margens de lucro as baixas dos custos de produção que se fizeram sentir.

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