O ouro tem sido o ativo mais valorizado em 2025, superando ações e títulos, impulsionado por instabilidade política, dúvidas sobre a independência da Reserva Federal norte-americana e riscos económicos crescentes. O metal atingiu máximos históricos acima de 3.080 euros por onça, acumulando ganhos de quase 40% no ano — o melhor desempenho desde 1978.
Enquanto os mercados acionistas globais tiveram retornos positivos, os títulos continuam a decepcionar. Desde 2020, os títulos públicos europeus perderam cerca de 20% de valor, e os do Tesouro americano de longa duração caíram pela metade. No acumulado de 2025, os índices europeus de referência recuaram 2%, ficando abaixo tanto das ações quanto das commodities, explica a ‘Euronews’.
A inflação elevada tem corroído os retornos reais dos títulos, minando oseu papel como porto seguro. Nesse contexto, o ouro surge como alternativa para proteger portfólios, oferecendo correlação mínima com outras classes de ativos.
Bancos centrais, especialmente de mercados emergentes, têm liderado uma onda de compras de ouro desde 2022, diversificando reservas além do dólar americano. Investidores privados seguem a tendência: o ETF SPDR Gold Shares (GLD) recebeu 9,63 mil milhões de euros em entradas apenas neste ano, aproximando-se de recordes históricos.
“O ouro não depende da credibilidade de nenhuma instituição, não pode ser impresso nem desvalorizado, o que o torna cada vez mais atraente num cenário de dívida crescente e riscos fragmentados”, afirma a analista do Goldman Sachs Samantha Dart. Segundo o banco, mesmo uma pequena transferência de títulos para ouro poderia elevar o seu preço para 4.263 euros por onça, com expectativa de atingir 3.410 euros em meados de 2026.














