14.ª Conferência Executive Digest/Católica Porto BS: só tecnologia não chega

O potencial resultante da transformação digital das empresas é enorme, quer em oportunidades como em volume de negócio, mas está dependente da conjugação de dois factores: tecnologia e estratégia.

Na 14.ª Conferência Executive Digest/Católica Porto Business School, José Gonçalves, presidente da Accenture, afirmou que no espaço de 10 anos existirá um potencial de 100 milhões de milhões de dólares derivados da transformação digital. Mas vinca que esta transformação não depende apenas da tecnologia, sendo necessário um conjunto de enablers para o sucesso. «É necessário assumir mais riscos e ter uma cultura de maior tolerância aos mesmos. É preciso traçar novas estratégias, apostar em workplaces criativos e arranjar os parceiros ideais, pois a diversidade é fundamental para a inovação», afirma o responsável.

Sérgio Carvalho, director de Marketing da Fidelidade, explica que o foco apenas na tecnologia é insuficiente: «É necessária uma cultura de competência, que complemente a tecnologia com um bom serviço. Caso contrário basta replicar a tecnologia e aplicá-la por outros players.»

Por seu turno, Paulo Moreira, Digital Platform & Innovation coordinator da Worten, defende que a grande transformação digital das empresas começa nas pessoas. Isto traduz-se em mudanças nas organizações para definir o caminho certo. E essa estratégia tem de ter em conta que os projectos têm prazos cada vez mais curtos, pela imprevisibilidade de prever o rumo dos mesmos.

Também presente no evento esteve Tiago Sousa, Managing Partner da Liminal, segundo o qual a forma de retirar proveito da transformação digital passa por juntar as áreas de Marketing, Informática e Estratégia a fim de optimizar a experiência do consumidor.

Este processo de transformação da organização, desde o backoffice até à forma de trabalhar, tem resultados na percepção da marca junto do consumidor. No caso da L’Oréal, Mónica Serrano, CMO da marca em Portugal, indica que a digitalização (seja através da criação de apps ou de colaborações com influenciadores digitais) é fundamental para alcançar o estatuto de love brand.

Paulo Cunha, director de Marketing Digital da Toyota, destaca a digitalização do processo de compra de viaturas da marca, que já vendeu, através de duas iniciativas, centenas de unidades especiais via internet. E, resultante desse processo, foi ainda possível aumentar a base de dados com insights para o contacto com potenciais clientes.

Por último, Sérgio Carvalho salienta que, apesar de uma marca estar preparada para a transformação digital, não pode obrigar os clientes a fazerem essa mudança. «Não podemos ir mais depressa que os nossos clientes. Mas temos de ter as ferramentas necessárias para os que querem a digitalização de processos. Queremos ser inovadores mas temos de colocar os consumidores em primeiro lugar», conclui

Veja as fotografias da conferência na página de Facebook da Executive Digest.

Texto de Rafael Paiva Reis

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