Ex-assessor de Bolsonaro admite ser o mentor do plano “Punhal Verde e Amarelo” para assassinar Lula da Silva em 2022

Mário Fernandes, general reformado do exército brasileiro, admitiu ter planeado assassinar o atual presidente do Brasil

Francisco Laranjeira
Julho 25, 2025
18:48

Mário Fernandes, general reformado do exército brasileiro, admitiu ter planeado assassinar o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, no âmbito de uma alegada tentativa de manter Jair Bolsonaro no poder, relataram os órgãos de comunicação social locais.

As autoridades brasileiras explicaram que o plano incluía ainda raptar ou matar o atual vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que investiga os casos contra Bolsonaro no tribunal superior.

Fernandes, que serviu como membro da Secretaria-Geral da Presidência durante o Governo de Bolsonaro (2019-2022), confessou estar por trás do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo” durante um interrogatório esta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal, onde está a decorrer o julgamento da tentativa de golpe.

O ex-assessor de Bolsonaro é arguido no caso, assim como o ex-chefe de Estado, que é acusado de “liderar” o fracassado plano golpista para anular as eleições de outubro de 2022 e impedir a posse de Lula, que acabou por acontecer a 1 de janeiro de 2023.

As acusações contra o ex-presidente estão numa fase mais avançada, e o julgamento está previsto realizar-se entre setembro e outubro. No caso de Fernandes, o general na reserva reconheceu ter impresso o documento que continha o plano de assassinato de Lula e que se tratou não como “um pensamento digitalizado”, mas apenas um “estudo da situação”.

A investigação indicou que três cópias deste documento foram impressas no Palácio do Planalto, sede do Governo brasileiro, em Brasília, e que Bolsonaro tinha conhecimento disso. “Jair Bolsonaro acompanhou de perto o desenvolvimento do esquema e a possível data da sua execução integral”, refere a acusação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

No entanto, Fernandes alegou no seu interrogatório que não mostrou nem partilhou o documento com ninguém e que, pouco depois, o rasgou. “Hoje arrependo-me de tê-lo digitalizado”, disse.

Em fevereiro último, o Ministério Público indiciou 34 pessoas por envolvimento no golpe, incluindo Bolsonaro, a quem acusou de ser o “líder” da organização com o apoio de ex-ministros e altos oficiais militares.

O ex-presidente, de 70 anos, nega uma tentativa de golpe e afirma que só procurou “alternativas” dentro da Constituição depois de ter sido derrotado por Lula nas eleições de 2022.

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