Um avião dos EUA projetado para rastrear testes nucleares na atmosfera voou perto das bases nucleares russas no noroeste do país na passada terça-feira, revelou a revista ‘Newsweek’.
De acordo com a publicação, o WC-135R da Força Aérea dos EUA descolou da RAF Mildenhall, uma importante base do Reino Unido no leste da Inglaterra, antes de viajar para o norte ao longo da costa oeste da Noruega, de acordo com a plataforma de rastreamento de voos ‘Flightradar24’.
O avião, identificado como ‘COBRA29’, então circulou ao redor do Mar de Barents, ao norte de Murmansk e a oeste do arquipélago ártico russo de Novaya Zemlya, antes de regressar ao Reino Unido quase 14 horas depois.
🇺🇸 USAF WC‑135R Constant Phoenix | COBRA29 | 64‑14829 | Nuke Sniffer out of RAF Mildenhall heading toward Novaya Zemlya.
Possibly a 9M730 Burevestnik (SSC‑X‑9 Skyfall) nuclear cruise missile test. Looks like we’re heading into a new round of US‑Russia nuclear muscle‑flexing. 👀 pic.twitter.com/SmMMin2lpk
— Global Hawk Intel (@globalhawkintel) August 5, 2025
A região de Murmansk, no noroeste da Rússia, faz fronteira com a Noruega e a Finlândia, países-membros da NATO, e abriga diversas bases navais e aéreas estratégicas, incluindo aquelas que servem a Frota do Norte de Moscovo, que desempenha um papel significativo no arsenal nuclear da Rússia.
Recorde-se que as autoridades russas indicaram recentemente que Moscovo “não se vê mais limitada” pelas restrições impostas anteriormente a mísseis nucleares e convencionais de médio e curto alcance.
O WC-135R é um avião modificado que recolhe dados da atmosfera, com o propósito explícito de apoiar um tratado nuclear de 1963. O acordo entre os EUA, a União Soviética e o Reino Unido proibia testes nucleares na atmosfera.
Também conhecido como ‘Constant Phoenix’, o avião é ocasionalmente chamado de “farejador de armas nucleares”. A aeronave pode “detetar ‘nuvens’ radioativas em tempo real”, de acordo com a Força Aérea.
Segundo os analistas que acompanharam o voo online, isso pode indicar que a Rússia poderá em breve realizar testes do seu míssil de cruzeiro nuclear 9M730 Burevestnik num local de lançamento em Novaya Zemlya.
Na NATO, o Burevestnik é conhecido como SSC-X-9 Skyfall. A Rússia elogiou a arma, que é movida a energia nuclear e pode transportar ogivas nucleares, como sendo capaz de ‘driblar’ as defesas aéreas ocidentais e viajar distâncias quase ilimitadas.
A maioria dos testes nucleares ao longo das décadas foi realizada no subsolo, de acordo com a ‘Arms Control Association’, uma organização sem fins lucrativos dos EUA. O Tratado de Proibição Parcial de Testes Nucleares de 1963 pôs fim à maioria dos testes atmosféricos, que eram comuns nos primeiros dias do desenvolvimento de armas nucleares, de acordo com a associação.
Um total de 528 testes iniciais de armas nucleares envolveram detonações na atmosfera que espalharam material radioativo, informou a Associação de Controlo de Armas. Moscovo realizou um teste nuclear pela última vez no final de 1990.












