“Estamos a aprender muito…”: exercício marítimo em Portugal coloca Ucrânia como ‘inimiga’ da NATO

Exercício de Experimentação e Prototipagem Robótica usando Sistemas Marítimos Não Tripulados (REPMUS), organizado em Portugal, contou com a participação de 24 marinhas aliadas com o objetivo de testar o uso e a defesa contra sistemas navais autónomos, onde a experiência única da Ucrânia foi fortemente aproveitada

Francisco Laranjeira
Setembro 26, 2025
16:33

Os drones navais ucranianos desempenharam um papel fundamental no exercício marítimo REPMUS 2025 da NATO, realizado entre 1 e 26 de setembro, atuando como forças inimigas em cenários modelados na experiência real de Kiev no campo de batalha contra a Rússia.

O exercício de Experimentação e Prototipagem Robótica usando Sistemas Marítimos Não Tripulados (REPMUS), organizado em Portugal, contou com a participação de 24 marinhas aliadas com o objetivo de testar o uso e a defesa contra sistemas navais autónomos, onde a experiência única da Ucrânia foi fortemente aproveitada.

O porta-voz da Marinha Portuguesa, o capitão Valter de Bulha Almeida, comentou sobre a participação da Ucrânia numa conferência de imprensa no Centro de Experimentação Operacional Naval (NOEC) de Portugal, em Tróia, dizendo que os aliados estão “a aprender muito com a Ucrânia”.

“A questão não é quem está a ganhar [a guerra na Ucrânia]; estou muito mais interessado em desenvolver táticas – estamos a aprender muito com a Ucrânia”, salientou Almeida.

Em particular, as forças ucranianas exibiram os seus navios de superfície não tripulados (USV) sem revelar detalhes do papel que desempenharam. Foi revelado que a “equipa vermelha inimiga” implantou 61 veículos aéreos não tripulados (VANT), 57 USV e um veículo terrestre não tripulado (VNT).

O exercício destacou o papel crescente dos drones nas marinhas da NATO, com o destacamento do esquadrão de drones X31 de Portugal. A missão do esquadrão inclui testar e operar sistemas não tripulados, bem como desenvolver a doutrina de guerra com drones de Lisboa, inspirada na contribuição ucraniana.

O exercício também viu o uso generalizado de sistemas de guerra eletrónica (GE), tanto para defesa quanto para testar a resiliência de sistemas não tripulados implantados pelas unidades participantes, enquanto a NATO continua a desenvolver contra-medidas à ameaça dos drones representada às forças navais.

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