Esta madrugada não perca a chuva de estrelas Epsílon Perseidas: especialista revela o que esperar

Nuno Peixinho, astrónomo e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Universidade de Coimbra, falou à ‘Executive Digest’ sobre a chuva de meteoros Epsílon Perseidas

Francisco Laranjeira
Setembro 8, 2025
16:21

Nuno Peixinho, astrónomo e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Universidade de Coimbra, falou à ‘Executive Digest’ sobre a chuva de meteoros Epsílon Perseidas prevista para esta noite. Mas não espere uma noite ‘gloriosa’ de chuva de estrelas.

“Esta noite seria mais especial. Mas o pico é às 5 horas, seria o pico das Epsílon Perseidas – mais fraquinhas do que as Perseidas, ainda assim a quinta mais brilhante das Perseus – e que este ano cai no dia 9. O problema é que não é uma chuva muito forte, têm poucos meteoros por hora. Um problema que a astronomia tem é que chamamos de chuva de estrelas, mas sistematicamente vê-se em cada 10 minutos dois ou três. No caso desta, que é relativamente fraca, são de cinco por hora”, apontou o especialista.

“No entanto, o pior problema é que às 5 horas não costuma ser uma hora agradável para esperar uma chuva de estrelas, mas o problema é termos uma lua quase cheia. O rasto luminoso é os grãos de poeira que entram na nossa atmosfera, que com a própria pressão do ar eleva a temperatura a coisas na ordem dos 20 mil graus, e vaporiza tudo”, indicou Nuno Peixinho.

“Curiosamente esta, sabemos que são poeiras deixadas pela passagem de um cometa, sem sabermos qual foi o cometa exatamente”, frisou o investigador. “O problema é que temos o luar. Há menos poeiras desta chuva mais fraca, mas ainda assim ver cinco numa hora é engraçado. Toda a gente já viu uma estrela cadente, exceto na cidade, com o clarão das luzes. Já no campo, com o céu muito escuro, tem um grande brilho. O conselho é ser afastar-se da luminosidade das cidades e conseguir ver o rasto do meteoro a passar. Só que a lua cria um clarão enorme e faz o mesmo efeito. O luar não deixa ver as estrelas mais fraquinhas. Nem de propósito tivemos ontem a lua cheia”, frisou. “Vai ser difícil vermos estrelas cadentes.”

Mas não desespere. Se perder esta, espere por novembro, quando chegarem as Leónidas, nos dia 17 e 18. “Normalmente são mais bonitas do que as Perseidas de agosto. O nosso problema com o facto de ser em novembro é haver o céu encoberto”, concluiu o especialista, lembrando que será uma altura de Lua Nova, o que oferecerá melhores condições para os amantes da astronomia.

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