Empresas reveem em baixa perspetivas de exportação para 2023

As empresas reviram em baixa as perspetivas de exportações em 2023, apontando agora para um acréscimo nominal de 0,5%, menos 0,6 pontos percentuais do que perspetivavam antes, devido ao desempenho dos mercados de destino, divulgou hoje o INE.

Executive Digest com Lusa
Julho 28, 2023
12:21

As empresas reviram em baixa as perspetivas de exportações em 2023, apontando agora para um acréscimo nominal de 0,5%, menos 0,6 pontos percentuais do que perspetivavam antes, devido ao desempenho dos mercados de destino, divulgou hoje o INE.

“As empresas exportadoras perspetivam um acréscimo nominal de 0,5% nas suas exportações de bens em 2023, revendo 0,6 pontos percentuais (p.p.) em baixa a primeira previsão efetuada em dezembro de 2022”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE), sublinhando que “esta revisão resulta da atualização das expectativas das empresas para as exportações Intra-UE (-0,5 p.p., para +1,2%) e Extra-UE (-0,9 p.p., para -1,2%)”.

A autoridade estatística nacional adianta que o desempenho menos positivo do que o esperado nos mercados de destino das suas exportações é o principal motivo apresentado pelas empresas para esta revisão em baixa, “com impacto em mais de metade das empresas respondentes (56,4%)”.

Por Grandes Categorias Económicas (CGCE), e por comparação com a primeira previsão, destacam-se as perspetivas mais negativas das empresas no ‘material de transporte e acessórios’ (-2,3 p.p., para 3,9%).

Com uma revisão em alta das suas expectativas de exportação, estão as empresas de ‘máquinas, outros bens de capital (exceto o material de transporte) e os seus acessórios’ (+9,3% refletindo um acréscimo de 1,1 p.p.) e ainda de ‘fornecimentos industriais’ (+0,4% refletindo uma subida de 1,5 p.p.).

Realizado em maio passado pelo INE, este ‘Inquérito sobre Perspetivas de Exportação de Bens’ (IPEB), hoje divulgado, corresponde à segunda previsão das empresas para a evolução esperada das suas exportações de bens em 2023.

Segundo o INE, as revisões em baixa face à primeira previsão foram mais acentuadas para o mercado Extra-UE do que para o Intra-UE, em todas as Grandes Categorias Económicas, com a revisão mais significativa a observar-se nas “exportações de ‘material de transporte e acessórios’, correspondendo a -2,3 p.p., resultando, sobretudo, da revisão para os países Extra-UE” (-11,4 p.p.), enquanto para os mercados Intra-UE a queda é de 1,7 p.p.

“As empresas indicaram como principais motivos para a revisão em baixa, face à primeira previsão do IPEB, um desempenho dos mercados menos positivo do que o esperado, quer na generalidade dos mercados de destino já clientes (41,1%) quer de mercados específicos (15,3%)”, destaca.

A autoridade estatística nacional assinala ainda que as perspetivas das empresas para a evolução das suas exportações de bens em 2023 tem por base motivos diferentes, em função do setor de atividade em que operam, havendo quem espere aumentos em resultado de acréscimos de preços.

“Há também situações em que é esperada uma redução, decorrente da previsão de contração da procura e de paragens programadas ou descontinuidade de linhas de produção, em resposta às condições de mercado, a potenciais disrupções nas cadeias de valor global e a aumentos dos custos dos fatores de produção”, assinala a mesma informação.

A dimensão das empresas revela também diferenças na forma como olham para a evolução das suas exportações em 2023, com as grandes empresas (com 250 ou mais trabalhadores), que representam 14% das analisadas, a preverem uma diminuição das vendas de bens ao exterior.

“As restantes empresas esperam aumentos superiores ao do total das empresas, +3,5% nas médias (51% das empresas analisadas), +3,7% nas pequenas (28%) e +3,2% nas micro (7%)”, refere o INE.

As empresas integradas em grupos económicos que podem estar mais expostos à instabilidade da economia a nível mundial mostraram-se também mais pessimistas, prevendo um decréscimo das suas exportações este ano (-0,5%), enquanto as empresas não pertencentes a um grupo económico apontam para um aumento (+3,1%).

A mesma informação indica que, no que respeita às empresas por tipo de tecnologia, as que se classificam em setores de baixa e média baixa tecnologia antecipam um crescimento mais significativo das exportações (+1,2%) do que as de alta e média alta tecnologia (+0,5%), com o INE a referir que a esta leitura “não será alheio o impacto negativo do aumento dos preços das matérias-primas e dos produtos energéticos, em especial nos setores de atividade mais intensivos em tecnologia”.

O inquérito foi realizado a um total de 3.340 empresas, que declararam valores de exportação superiores a 250 mil euros no ano 2021 ou, no caso de novas empresas exportadoras, no ano 2022, representando cerca de 90% das exportações de bens, e a taxa de resposta foi de 97%, correspondendo a 98% do valor exportado das empresas da amostra.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.