A três semanas das eleições europeias, todos os partidos com assento parlamentar já têm – ou vão ter – outdoors nas ruas do país com o rosto dos cabeças de lista: apenas um partido não o fará: o Chega. “O nosso outdoor é o mesmo que foi usado nas legislativas”, revela fonte do partido de André Ventura à ‘CNN Portugal’, o que significa que o rosto do cabeça de lista António Tânger Correia não vai surgir.
A AD (Aliança Democrática), o Partido Socialista, a Iniciativa Liberal, o Bloco de Esquerda e CDU têm vindo a colocar nas ruas os painéis com os respetivos cabeças de lista – o Livre (que ainda ultima o design) e o PAN ainda não o fizeram. No cartaz socialista vão constar os três principais candidatos do partido: Marta Temido, Ana Catarina Mendes e Francisco Assis. Já o PAN terá os dois primeiros candidatos, Pedro Fidalgo Marques e Tânia Mesquita.
Como se explica a decisão do Chega? De acordo com o politólogo José Filipe Pinto, “apesar de ter 50 deputados, o Chega continua a ser um partido com muita semelhança a todos os outros culturais e identitários que há no mundo. Estes partidos são partidos em que a figura do líder é omnipresente”.
“O líder funciona como o primeiro símbolo do partido e quando ele não é candidato, o que é o caso, não faz sentido dar protagonismo a um cabeça de lista seja ele qual for”, reforça, salientando que “nestes partidos – partidos culturais e identitários -, o líder não se rodeia de delfins, não há o delfinato”.
“No caso aqui é que o Chega é um partido em que a figura do líder, sendo omnipresente, ofusca todos os candidatos à sua volta, é o que chamamos de estratégia do eucalipto, tudo seca à sua volta mas cresce enormemente”, aponta José Filipe Pinto.
Também Paula do Espírito Santo considera que o partido de André Ventura continua “a ser muito centralizado na figura do líder”: de acordo com a politóloga, o facto de não serem colocados outdoors com o rosto de Tânger Correia
Da mesma opinião é Paula do Espírito Santo, que destaca o facto de o Chega continuar “a ser um partido muito centralizado na figura do líder”. A politóloga considera ainda que não colocar nas ruas outdoors com o rosto de Tânger Correia “demonstra que é um partido que continua a não ter bases do ponto de vista partidário e político, o que tem é uma personificação muito forte sobre liderança”.
Esta decisão pode “induzir em erro” os eleitores, de acordo com Paula do Espírito Santo, uma vez que “há um propósito de não desvincular os eleitores relativamente à força do partido que está muito baseada no André Ventura”. Já José Filipe Pinto considera que “o Chega tem dois símbolos, o logótipo do partido e André Ventura”.














