EDP: Liderando a transição energética em Espanha

EDP é um dos principais actores no sector energético do país vizinho, onde se destacam os seus investimentos em energias renováveis e projectos de futuro, a resiliência das suas redes eléctricas e a proximidade com os seus clientes empresariais.

Executive Digest
Julho 30, 2025
12:14

As origens da EDP em Espanha remontam a 1917. Naquele ano, a hidroeléctrica do Cantábrico (empresa na qual a EDP se tornou accionista em 2001 e completou a sua aquisição em 2004), colocou em funcionamento a central hidráulica de La Malva, nas Astúrias. Após mais de 100 anos em operação, esta central continua a gerar, todos os anos, a energia equivalente ao consumo de 10 mil lares. Desde então, a empresa consolidou-se como um dos principais actores no sector da energia, presente na geração, distribuição eléctrica e comercialização de energia, com planos ambiciosos para crescer em renováveis e novos vectores energéticos, como o hidrogénio renovável, redes eléctricas e soluções para clientes.

O mercado espanhol é um dos mais avançados do mundo no que diz respeito ao sector energético, impulsionado nos últimos anos pela forte aposta nas energias renováveis. Este contexto tem sido propício para o crescimento da EDP, que se destacou com projectos inovadores e de grande escala em Espanha. A empresa realizou investimentos estratégicos em diferentes activos e tecnologias, mais de 9 mil milhões em vinte anos, para se posicionar como líder na transição energética.

Entre as iniciativas que destacam a EDP na transição energética, não só em Espanha, mas também na Europa, encontra-se o projecto realista de transformação das suas centrais térmicas em ‘green hubs’ ligados às energias renováveis, à flexibilidade do sistema eléctrico, ao armazenamento energético e ao hidrogénio renovável.

Em torno do hidrogénio renovável, a EDP tem planos importantes para o desenvolvimento de iniciativas ligadas a este vector energético, que será crucial na transição energética para impulsionar a descarbonização de sectores de difícil electrificação, como o do aço ou o dos fertilizantes. A empresa está a trabalhar no desenvolvimento de alguns dos projectos mais reconhecidos e avançados do continente. Trata-se do Asturias H2 Valley, ou seja, transformar a central térmica de Aboño no vale asturiano do hidrogénio renovável, e do Green H2 Los Barrios, que consiste em lançar o vale do hidrogénio renovável do Campo de Gibraltar, em Cádiz (Andaluzia).

Ambas as iniciativas têm a denominação de Projecto Importante de Interesse Comum Europeu (IPCEI). No caso do projecto asturiano, tem, além disso, o apoio do Innovation Fund e está na primeira lista de Projectos de Interesse Comum (PCI).

O objectivo da EDP para estes dois projectos é avançar com uma primeira fase de 150 MW (Asturias H2 Valley) e 130 MW (Green H2 Los Barrios) de capacidade de electrólise, para poder ampliá-los a mais de 500 MW cada um, caso as condições do mercado sejam favoráveis. A empresa também está a avançar com uma primeira fase de 5 MW de capacidade de electrólise na central de Soto de Ribera (Astúrias).

Outro campo onde a EDP se destaca em Espanha (como em Portugal) é na hibridização de parques eólicos. Foi a primeira empresa a lançar um parque eólico e solar em ambos os países. Actualmente, soma quase 300 MW de potência instalada neste tipo de instalações, cinco em Espanha (230 MW) e duas em Portugal (63,7 MW).

A hibridização de activos existentes, neste caso parques eólicos que estão em funcionamento, com tecnologia solar, é uma das principais vias de crescimento das energias renováveis, pois permite acelerar a entrada em operação de maior capacidade renovável, sem necessidade de esperar longas tramitações de novos projectos. Entre as suas vantagens destaca-se também o aumento da eficiência dos projectos e o uso do ponto de conexão à rede existente, minimizando o impacto ambiental destes projectos. A combinação de ambas as tecnologias permitem aumentar até 40% a produção eléctrica destes parques.

Um dos últimos projectos deste tipo que a energética colocou em funcionamento é o de Las Lomillas, em Castilla La Mancha. Aqui, a EDP conta com um parque eólico de 49,5 MW de potência, ao qual adicionou agora uma instalação solar de 36,7 MW. Neste local, o objectivo é criar a primeira hibridização global da península ibérica, adicionando um módulo de armazenamento de energia de 36 MW.

Além de apostar por grandes instalações de geração renovável, a EDP também inova neste negócio. Aproveitando uma barragem asturiana, a empresa colocou em funcionamento um dos maiores parafusos hidrodinâmicos do mundo, com uma potência de 700 kW, capaz de gerar, todos os anos, a energia equivalente ao consumo de quase mil famílias. Estes parafusos hidrodinâmicos, baseados na tecnologia do “Parafuso de Arquimedes”, consistem num cilindro oco, situado num plano inclinado, com um eixo central e hélices ao longo de toda a sua extensão, que tem acoplado um alternador. Situados directamente sobre as águas com a inclinação desejada, giram a baixa velocidade sobre si mesmos, aproveitando a força natural das águas para produzir energia eléctrica. Esta tecnologia destaca-se pela sua fácil implantação, bem como pela ausência de impacto ambiental. Não implica desvios da água dos rios, nem a construção de novas barragens ou reservatórios, apenas são necessários pequenos desníveis preexistentes, que combinados com escadas para peixes permitem a passagem ascendente e descendente dos mesmos. Além disso, a tecnologia é “fish-friendly”.

A MELHOR QUALIDADE DO FORNECIMENTO ELÉCTRICO

As redes eléctricas são a coluna vertebral da transição energética. Sem elas, o caminho para a electrificação da economia e a sua consolidação é uma tarefa impossível. Por isso, é necessário incentivar o seu desenvolvimento, modernizar e ampliar a infraestrutura para poder integrar cada vez mais energias renováveis e satisfazer a futura procura de electricidade.

Em Espanha, a EDP desenvolve a actividade de distribuição eléctrica através de três empresas independentes: Begasa, E-Redes e Viesgo. No total, somam 53 mil quilómetros de redes eléctricas e 1,4 milhões de pontos de fornecimento, que se estendem por Galiza, Astúrias, Cantábria, Castela e Leão, Catalunha, Aragão, Madrid e a Comunidade Valenciana.

Os clientes conectados à rede de distribuição de energia eléctrica da EDP em Espanha desfrutam da melhor qualidade de fornecimento do país. Assim indica o índice TIEPI (Tempo de Interrupção Equivalente à Potência Instalada), que mede a qualidade de fornecimento entre as diferentes distribuidoras no país. E isto tendo em conta a complexa orografia das zonas onde a empresa tem a maior parte das suas redes, como é o norte de Espanha.

PROXIMIDADE COM OS CLIENTES, UMA MARCA REGISTADA

A EDP desempenha um papel essencial como parceiro fundamental para os seus clientes empresariais. As soluções integradas da EDP podem ajudar a acelerar a transição energética e a fortalecer a jornada de descarbonização das empresas, permitindo-lhes, por exemplo, poupar até 30% no consumo de electricidade. A integração directa de painéis solares nas instalações dos clientes oferece inúmeras vantagens, tais como maior eficiência energética, redução dos custos operacionais, maior independência energética e uma contribuição significativa para a redução das emissões de carbono. Esta afirmação é corroborada por clientes como a Norauto, a Decathlon, a Burger King e a Klepierre, um retalhista líder, que instalou 15.385 metros quadrados de módulos fotovoltaicos em três dos seus centros comerciais em Madrid, reduzindo assim o seu consumo de electricidade em cerca de 30%. A EDP possui uma carteira de aproximadamente 200 MWp de projetos solares descentralizados em Espanha.

Além disso, no que diz respeito à mobilidade eléctrica, a EDP, que pretende atingir 7 mil pontos de carregamento público na Península Ibérica até 2026, expandiu a sua rede de postos de carregamento ultrarrápido, concebidos especificamente para utilizadores de veículos eléctricos em viagens longas. A empresa conta actualmente com mil pontos de carregamento em funcionamento em Espanha, dos quais cerca de 15% são pontos de carregamento rápido. Juntamente com a Petroprix, por exemplo, estão a desenvolver em conjunto a maior rede de carregamento ultrarrápido para veículos eléctricos em Espanha.

O desafio é continuar a melhorar a experiência do utilizador, a interoperabilidade da rede e garantir que 100% da electricidade utilizada para carregar estações provém de fontes sustentáveis.

Este artigo faz parte da edição de Junho (n.º 231) da Executive Digest.

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