E a Starbucks acaba com as palhinhas

Bebidas com nitrogénio levaram a epifania ambiental

Por Amy Farley, colaboradora da Fast Company

Quando a Starbucks começou a desenvolver um café preparado a frio com nitrogénio, em 2016, percebeu que tinha um problema em mãos. O atractivo da bebida era o seu topo cremoso e espumoso (como uma Guiness), mas a forma tradicional de consumir café frio – através de uma palhinha – começa no fundo. Para apresentar a sua Nitro Cold Brew, a empresa teve de criar uma tampa totalmente nova: um design sem palhinha que se assemelha a um copo para bebés.

Pouco depois do início do processo de desenvolvimento, a Starbucks descobriu que estava a chegar a uma solução que não se limitava às suas bebidas com nitrogénio. Hoje, essa tampa está a ajudar a gigante dos cafés a eliminar as palhinhas de plástico nos seus cerca de 30 mil cafés espalhados por todo o mundo.

A partir de 2020, todas as bebidas frias da Starbucks serão servidas com as tampas novas (no caso de bebidas mais espessas), ou com palhinhas de papel ou biodegradáveis. Isso coloca-a à frente de muitas empresas no país – e no mundo – e que estão a eliminar a palhinha de plástico. Demasiado pequenas para serem recicladas, a maior parte das palhinhas acabam em aterros e a obstruir as vias fluviais; segundo o Ocean Conservancy, são dos itens mais encontrados nas limpezas feitas às praias.

Em Julho, Seattle tornou-se a primeira grande cidade norte-americana a banir totalmente as palhinhas de plástico. A cidade de Nova Iorque e o estado da Califórnia estão a ponderar abolições semelhantes. A Comissão Europeia está também a equacioná-lo e o Reino Unido prepara-se para acabar com as palhinhas faseadamente. Tendo em conta que a Starbucks é responsável pela utilização de cerca de 2000 milhões de palhinhas por ano, de acordo com a organização não lucrativa As You Sow, o empenho da empresa em encontrar uma forma de as eliminar completamente envia um sinal a outros negócios. E igualmente importante é o facto de encorajar os clientes e pensarem no impacto das suas escolhas diárias.

«Tentamos tomar algumas decisões com um efeito positivo no sector e que possam ser aproveitadas por outras empresas», afirma Colleen Chapman, vice-presidente de Impacto Global Social na Starbucks. Por outras palavras, este pode ser, definitivamente, o fim da palhinha.

Este artigo foi publicado na edição de Setembro de 2018 da Executive Digest.

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