A economia portuguesa apresentou uma capacidade de financiamento sobre o exterior de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano terminado no primeiro trimestre de 2023, segundo dados do Banco de Portugal (BdP).
“O setor financeiro, os particulares e as administrações públicas registaram um saldo positivo de 1,4%, 0,4% e 0,1% do PIB, respetivamente”, refere o BdP nas contas nacionais trimestrais, onde refere que “as empresas não financeiras foram o único setor residente a apresentar necessidade de financiamento (1,3% do PIB)”.
Em termos homólogos, no ano anterior ao primeiro trimestre de 2022 a economia tinha apresentado uma necessidade de financiamento de 0,5% do PIB.
De acordo com o banco central, a transferência de ativos e das responsabilidades do Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) “gerou um conjunto de fluxos entre as sociedades financeiras, as famílias e as administrações públicas”.
O BdP assinala que esta operação “financiou os particulares em 1,2% do PIB, que, por sua vez, financiaram as administrações públicas no mesmo montante”.
Os particulares foram financiados pelo setor financeiro através do aumento dos empréstimos bancários, “mas também da redução dos depósitos”, enquanto os particulares “financiaram as administrações públicas mediante a aquisição de certificados de aforro” em 4,8% do PIB.
Já as administrações públicas “utilizaram o financiamento líquido recebido dos particulares e a capacidade de financiamento gerada no período (0,1% do PIB) para financiar o resto do mundo e o setor financeiro”, entre ações como amortização de títulos de dívida detidos por esses setores, aquisição de títulos de dívida pública emitidos por não residentes e pelo aumento dos depósitos junto do banco central.














