Na sua opinião, quais deviam ser as prioridades do novo Governo em termos de reformas para que Portugal tenha um crescimento sustentável para o futuro?
Diria que a nossa maior preocupação é de estabilidade. Com estabilidade é mais fácil construir um País mais próspero, mais competitivo na cena internacional e mais solidário.
Para um sector como o calçado que exporta mais de 90% da produção e está habitado a concorrer em cenário de mercado aberto, a maior prioridade deveria passar uma reduzir a carga fiscal que incide sobre as empresas. De outro modo, as nossas empresas continuarão a perder rentabilidade nos mercados externos.
Depois, importa que seja reforçado o grande desígnio nacional de aumento das exportações, para que as empresas possam criar, e depois distribuir, a riqueza. Para isso acontecer, as empresas necessitam de incentivos adicionais à internacionalização.
Atendendo ao actual contexto, que expectativas a nível macroeconómico para Portugal?
O Banco de Portugal reviu, por estes dias, as previsões económicas para este ano. É um bom sinal, que esperamos que se possa confirmar. O nosso país deve de forma continuada acelerar o crescimento económico para convergir com a União Europeia.
E quais são as expectativas para o seu sector?
Um sector altamente exportador como o calçado estará sempre dependente da evolução dos mercados internacionais. Previsivelmente , este ano, Europa e EUA, os nossos dois mercados de referencia, terão um desempenho modesto. É um sinal de preocupação.
Ainda assim, considerando que o calçado português é comercializado em 173 países, estimamos que 2024 possa ser um ano de consolidação do calçado português nos mercados externos, em especial no segundo semestre.













