CTT e Corticeira Amorim acabam o ano em desvantagem mas bolsa de Lisboa entra em 2023 numa tendência positiva

Lisboa foi das poucas bolsas europeias a acabar o ano com uma tendência positiva relacionada com o setor da energia. Porém, se a Galp e a Greenvolt têm razões para celebrar, o mesmo não acontece com os CTT e a Corticeira Amorim.

No caso destas duas últimas, observou-se que foram penalizadas pelos juros mais elevados, pelo agravamento dos custos e pelos desafios aos modelos de negócios, segundo o ‘Negócios’.

Este fenómeno é explicado pelo facto de ambas as empresas sentirem muito mais o impacto da subida dos juros na propensão ao consumo e despesa das famílias e particulares, tendo os CTT uma forte geração das receitas no mercado doméstico e a Corticeira Amorim na União Europeia onde se aproximam fracos crescimentos ou mesmo uma recessão.

Sublinha-se ainda que a esta desaceleração económica juntam-se ainda fatores específicos de cada uma das empresas. No caso dos CTT, “estão a ser penalizados pela diminuição dos rendimentos oriundos do correio internacional”, diz Pedro Lino, CEO da Optimize, citado pelo jornal. Além disso, após dois anos de crescimento das encomendas devido à aposta das empresas no segmento online, os CTT foram prejudicados em 2022 pelo abrandamento do crescimento deste segmento e uma atividade bancária que ainda não mostrou reforço na rentabilidade.

Já a corticeira, aponta-se sobretudo para os custos mais elevados relacionados com energia e os químicos, bem como perspetivas de subida elevada do preço da cortiça para 2023.

Assim, pode avançar-se neste momento, que os CTT lideraram as desvalorizações do ano no PSI, ao caírem 32,38%, enquanto a Corticeira Amorim recuou 22,7%. Menos expressivas foram as perdas da Mota-Engil, da Sonae, da família EDP e da REN, que também impediram um desempenho mais positivo da bolsa de Lisboa.

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