O consórcio City Analyser, liderado pela NOS em parceria com INESC TEC, Transportes Urbanos de Braga (TUB), DEVOTEAM e SONAE MC, desenvolveu uma plataforma que permite usar a informação extraída dos dados de geolocalização da rede móvel para melhorar mobilidade e sustentabilidade.
Este projeto, que teve um investimento elegível de 1,45 milhões de euros, consiste na recolha de dados de localização e de navegação web para gerar informação que é, depois, devidamente anonimizada e trabalhada em tempo real, de forma a criar modelos preditivos.
A NOS recorda que esta não é a primeira vez que os dados da rede móvel são usados para benefício das pessoas, e exemplifica com a pandemia de Covid-19 quando foi criado um relatório sobre a evolução da mobilidade e reação às restrições públicas adotadas, tendo este sido útil às autoridades competentes para a definição de políticas de saúde pública.
“O valor dos dados e de poderem ser usados para compreendermos melhor o comportamento das populações é enorme, mas apenas se forem usados para ajudar alguém. Por isso mesmo, com este projeto resolvemos assumir como base desafios muito específicos de setores estratégicos. Contudo, o potencial é imenso e esta plataforma pode ser utilizada em praticamente qualquer área, para uma tomada de decisões muito melhor informada e baseada nos comportamentos reais das pessoas”, diz Jorge Graça, Administrador da NOS.
O executivo acrescenta ainda que este projeto está também alinhado com a estratégia da empresa de incorporar algoritmos avançados de Inteligência Artificial e Machine Learning na gestão da nossa rede 5G, com o objetivo de reduzir a pegada de carbono.
No que respeita especificamente aos transportes, a plataforma analisou os padrões de mobilidade na cidade de Braga, tendo em conta indicadores como destino e origem dos visitantes, tempo médio de deslocação, meio de transporte escolhido ou, ainda, percursos preferidos.
Estas informações poderão agora ser usadas pela TUB para gerir a oferta dos seus serviços, rotas, e horários de forma a servir melhor a população da região.
Outra aplicação é no caso do turismo, por exemplo, onde é possível perceber melhor o perfil dos visitantes da região, país de origem, local de estadia, locais onde passam mais tempo, quantas noites ficam e em que locais pernoitam. Estes indicadores podem ser usados pelo município para a gestão da sua oferta turística de acordo com os comportamentos reais dos visitantes.
Já no caso do retalho, a informação será usada pela Sonae MC para adaptar a sua oferta nas lojas, tanto em questões como o ajuste de gamas e planeamento de stocks em loja, mas também, por exemplo, para adequar o leque de idiomas na comunicação em loja.
No setor das telecomunicações, através da informação sobre número de utilizadores e o seu comportamento de consumo, foi possível estabelecer um modelo preditivo de otimização para maximizar a poupança de energia, mantendo sempre a qualidade da rede móvel, que permite evitar a emissão de mil toneladas de CO2, num ano.
