Como pode ficar a UE depois das eleições de 9 de junho? Quais são as principais preocupações?

Face à atual composição do Parlamento Europeu, os dados das sondagens por toda a União Europeia apontam para a continuação do crescimento dos partidos e grupos de extrema-direita

Revista de Imprensa
Maio 31, 2024
10:02

Como vai ficar a União Europeia depois das eleições do próximo dia 9? O mais recente Eurobarómetro aponta que os temas principais da campanha estão a economia, a luta contra a pobreza e o apoio à saúde pública. O crescimento da extrema-direita a nível europeu, conforme apontam as sondagens, pode colocá-la numa posição sem precedentes de influência no Parlamento Europeu. O que coloca desafios e preocupações.

Face à atual composição do Parlamento Europeu, os dados das sondagens por toda a União Europeia apontam para a continuação do crescimento dos partidos e grupos de extrema-direita, refere esta sexta-feira a rádio ‘Renascença’.

Há propostas legislativas que ficaram em ‘pausa’ com a paragem do Parlamento Europeu para as eleições: a criação de um euro digital, a diretiva sobre a responsabilidade da Inteligência Artificial, a luta contra o abuso sexual de crianças e a proteção de animais durante o transporte, por exemplo.

Mas é no setor da agricultura e do ambiente que pode haver maior impacto deste crescimento da direita: os partidos têm feito campanha contra as políticas ambientais dos últimos anos, e são contra potenciais regras ambientais mais exigentes para os agricultores e a já aprovada proibição de venda de novos carros com motores de combustão a partir de 2035.

O novo Parlamento também deve decidir os objetivos de cortes de emissões para 2040 – a ambição desse objetivo, e a sobrevivência dos que já existem, dependerá dos eurodeputados.

A Defesa é também um tema forte da campanha: a forma de financiar um maior investimento e o nível de cooperação entre os países da UE neste setor estão por definir: entre os grupos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) e Identidade e Democracia (ID) de direita, não há acordo – o primeiro é a favor e até propõe o exército europeu, o segundo não quer mais integração.

No tema energia, está por decidir se vai continuar a expansão das energias renováveis e como se apoia o setor contra a competição da China e dos Estados Unidos ao mesmo tempo que se quer evitar mais subidas de preços para os consumidores. Em termos tecnológicos, é necessário supervisionar a aplicação dos grandes regulamentos aprovados na última legislatura – as leis dos mercados e serviços digitais, e da inteligência artificial. Um Parlamento com maior peso à direita pode preferir reduzir a regulação para favorecer a existência de maiores empresas tecnológicas europeias.

Na saúde, não é claro se o avanço para uma maior integração europeia no setor vai ser concretizar, ou se vai perder o ímpeto dado pela pandemia da Covid-19. Por último, o financiamento e do orçamento da UE, em que o debate deve ser entre a emissão de mais dívida em conjunto e a criação de mais impostos a nível europeu para pagar os investimentos necessários.

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