O primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou esta quarta-feira a nomeação de Maria Luís Albuquerque como a candidata portuguesa para integrar a nova Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen. A escolha foi comunicada numa breve declaração em São Bento, sem direito a perguntas dos jornalistas.
Montenegro destacou o “mérito académico, profissional, político e cívico” da ex-ministra das Finanças, sublinhando a sua vasta experiência em cargos de relevo, tanto em Portugal como a nível europeu. “A Dra. Maria Luís Albuquerque é uma personalidade de reconhecido mérito”, afirmou o primeiro-ministro, enaltecendo as competências da antiga governante para contribuir para os desafios que a União Europeia (UE) enfrenta nos próximos anos. Segundo Montenegro, o processo de seleção foi conduzido com “discrição e recato”, desde antes das eleições europeias de junho.
Maria Luís Albuquerque, que sucedeu a Vítor Gaspar como ministra das Finanças durante o governo de Pedro Passos Coelho, é atualmente membro do Conselho Nacional do PSD e integra o Conselho de Supervisão da subsidiária europeia do Morgan Stanley. O seu nome será agora submetido ao escrutínio do Parlamento Europeu, juntamente com os restantes 23 nomes já propostos pelos Estados-membros.
Lista dos 24 nomeados para a nova Comissão Europeia
Com o prazo para a apresentação de candidatos a comissários europeus a aproximar-se do fim — a data limite é o final de agosto —, 24 dos 27 Estados-membros da UE já submeteram os seus nomes. Os candidatos precisam ainda de ser aprovados pelo Parlamento Europeu. Aqui fica a lista dos 24 nomes conhecidos até ao momento:
- Áustria: Magnus Brunner, atual ministro das Finanças da Áustria.
- Bélgica: Nome ainda não anunciado.
- Bulgária: Nome ainda não anunciado.
- Croácia: Dubravka Šuica, atual comissária europeia para a Democracia e Demografia.
- Chipre: Costas Kadis, decano interino da Escola de Ciências da Saúde da Universidade Frederick, em Chipre.
- República Checa: Jozef Síkela, ministro da Indústria e Comércio da República Checa.
- Dinamarca: Dan Jørgensen, ministro da Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global.
- Estónia: Kaja Kallas, que deixou o cargo de primeira-ministra da Estónia em julho, após ser escolhida como a próxima chefe da diplomacia europeia.
- Finlândia: Henna Virkkunen, deputada do Parlamento Europeu.
- França: Thierry Breton, atual comissário europeu para o Mercado Interno e Serviços.
- Alemanha: Ursula von der Leyen, atual presidente da Comissão Europeia.
- Grécia: Apostolos Tzitzikostas, governador da Macedónia Central.
- Hungria: Olivér Várhelyi, atual comissário europeu para o Alargamento e Vizinhança.
- Irlanda: Michael McGrath, ministro das Finanças da Irlanda.
- Itália: Nome ainda não anunciado.
- Letónia: Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia para uma Economia ao Serviço das Pessoas e comissário europeu para o Comércio.
- Lituânia: Andrius Kubilius, membro do Parlamento Europeu.
- Luxemburgo: Christophe Hansen, deputado do Parlamento Europeu.
- Malta: Glenn Micallef, conselheiro do primeiro-ministro maltês para assuntos europeus.
- Países Baixos: Wopke Hoekstra, comissário europeu para a Ação Climática.
- Polónia: Piotr Serafin, embaixador da Polónia junto da UE.
- Portugal: Maria Luís Albuquerque, membro do Conselho Nacional do PSD e do Conselho de Supervisão do Morgan Stanley Europe.
- Roménia: Victor Negrescu, vice-presidente do Parlamento Europeu.
- Eslováquia: Maroš Šefčovič, vice-presidente executivo da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu.
- Eslovénia: Tomaž Vesel, advogado e ex-presidente do Tribunal de Contas da Eslovénia.
- Espanha: Teresa Ribera, vice-primeira-ministra de Espanha e ministra para a Transição Ecológica.
- Suécia: Jessika Roswall, ministra sueca para os Assuntos Europeus.
Contexto e Próximos Passos
Os Estados-membros da UE têm até ao final desta semana para apresentar os seus candidatos à Comissão Europeia. O processo de audições públicas no Parlamento Europeu decorre entre setembro e outubro, e o aval final será dado em plenário. Se todos os candidatos receberem aprovação imediata, a nova Comissão Europeia poderá tomar posse a 1 de novembro. Em caso de rejeição de algum candidato, o processo poderá arrastar-se até 1 de dezembro, devido à necessidade de substituição e nova avaliação.
Recorde-se que a atual comissária portuguesa, Elisa Ferreira, foi nomeada em 2019 pelo Governo do PS para a pasta da Coesão e Reformas.













