Claranet acredita que o metaverso será o “catalisador da maior revolução tecnológica desde a invenção da Internet”

O metaverso tem assistido a um exponencial crescimento e tem sido uma das apostas de diversas multinacionais em áreas tão diversas como tecnologia e moda que estão a investir neste novo ecossistema.

Avaliado em mais de um trilião de dólares, o metaverso é um novo mercado de oportunidades, mas os desafios impõem-se e a criação de relação entre pessoas e com os clientes assume-se preponderante.

A ‘Executive Digest’ falou com Vasco Afonso, Head of Cloud & Security da Claranet, que explicou o que é este novo universo e de que forma as empresas podem potenciar o seu crescimento com a aposta neste novo ecossistema.

  

  1. Porque estão as empresas a investir no metaverso?

O Metaverso faz parte da próxima forma de interação na Internet, que alguns apelidam de Web 3.0, e promete melhorar tudo como o conhecemos.

Nos próximos anos vamos trabalhar, jogar, socializar e investir neste ecossistema, quer isso signifique participar numa conferência profissional num hotel virtual do Four Seasons, comprar um novo acessório de luxo para o nosso avatar digital, ou balançar pelo horizonte da cidade de Nova Iorque com o Homem-Aranha. Não é, portanto, de estranhar, que muitas empresas e investidores se estejam a posicionar neste ecossistema digital emergente, que alguns estimam ser uma oportunidade superior a um trilião de dólares.

Uma dessas indústrias é a de Gaming que, com o Metaverso, irá levar a realidade virtual e aumentada para um novo patamar, fornecendo uma experiência de jogo totalmente imersiva. Mas existem outras indústrias menos óbvias que estão a investir milhões no Metaverso – e uma dessas indústrias é a do imobiliário virtual. Em setembro, o lendário rapper Snoop Dogg anunciou, via Twitter, que estava a “entrar no Metaverso” em Sandbox, um jogo móvel baseado em blockchain que permite aos jogadores comprar e vender ativos digitais, incluindo bens imobiliários. Logo depois, um jogador anónimo de Sandbox fez notícia ao comprar um terreno no jogo, mesmo ao lado da mansão virtual de Snoop Dogg, por quase 500.000 dólares. Sim, meio milhão de dólares reais! Desde então, as vendas no mundo virtual Sandbox disparam em flexa, atingindo valores diários de transações em NFT superiores a 180 Milhões de dólares.

Mas a aquisição do “terreno” é só o início; depois vem o desenvolvimento. Arquitetos que criam edifícios de escritórios, moradias de luxo, complexos de entretenimento e até centros comerciais que todos poderão visitar e desfrutar, em três dimensões e sem sair das suas casas.

 

  1. Considera que o metaverso será a maior oportunidade para os negócios modernos desde a criação da internet?

Ainda estamos nos primórdios do desenvolvimento desta tecnologia e ainda não conseguimos imaginar em plenitude todos os possíveis cenários de aplicabilidade. Mas uma coisa é certa: o Metaverso é mais do que uma moda passageira e vai sem qualquer dúvida ser o catalisador da maior revolução tecnológica desde a invenção da Internet.

 

  1. É prematuro concluir uma correlação entre empresas que se envolveram no metaverso e resultados financeiros?

Apesar do Metaverso estar ainda num estado que poderemos considerar embrionário, o hype que se tem criado relativamente a esta tecnologia naturalmente causa um impacto na valorização das empresas que têm investido neste domínio. Não é, portanto, surpreendente, que a valorização bolsista destas empresas tenha disparado recentemente – e a tendência é que continue a acelerar. Contudo, como em qualquer negócio com um nível de maturidade reduzido, o risco de desvalorização é também considerável. Recomenda-se, neste caso, bastante cautela no que toca ao investimento neste tipo de ativos financeiros.

 

  1. Há quem diga que as marcas têm que estar no metaverso, caso contrário podem não sobreviver. Ou seja, não é uma questão de escolha, é mais a de quem chega primeiro e com que experiência chega. Concorda com esta visão?

É prematuro anunciar vencedores ou vencidos na corrida ao Metaverso, pois existem muitas variáveis que podem determinar o sucesso ou insucesso, como a inovação, o timing, e sobretudo a capacidade de execução.

Sabemos que o desenvolvimento do Metaverso será, numa primeira fase, orientado para o consumidor final, e naturalmente que a maior indústria de entretenimento – a de Gaming – está na linha da frente no que toca ao investimento nesta tecnologia. Contudo, outras indústrias, como a do retalho, estão já a posicionar-se, sobretudo através de empresas de artigos de luxo e vestuário como a Gucci, Nike, Burberry, Adidas e muitas outras que já anunciaram planos para oferecer versões digitais dos seus produtos aos consumidores que procuram entrar no Metaverso. É algo já expectável, pois sem matérias-primas para as empresas comprarem, sem armazéns ou excesso de stock para contabilizar, as margens de lucro serão consideráveis.

 

  1. A economia do metaverso poderá um dia eclipsar a do mundo real?

Eclipsar talvez seja uma palavra demasiado forte, pois independentemente dos avanços do Metaverso, esta tecnologia não substitui as necessidades básicas da vida humana, como a alimentação e a habitação. Contudo, e apesar de ainda ser bastante prematuro avançar com qualquer previsão, é muito provável que o Metaverso possa vir a transformar completamente a realidade económica que conhecemos nos dias de hoje, talvez com um impacto superior ao da própria Internet.

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