Surpresa na China. O site automobilístico especializado ‘Dongchedi.com’ conduziu um teste aos sistemas ADAS (sistemas de assistência à condução) a 36 carros, incluindo Teslas, veículos chineses e americanos.
Para o teste, o órgão de comunicação social da China fechou uma autoestrada e registou em vídeo como 36 carros enfrentaram 15 cenários de condução difíceis de resolução até para condutores humanos. Em causa está o comportamento do sistema ADAS – e não o da direção autónoma – em 15 simulações da realidade, tão realistas como momentos em que o carro em teste era cercado por outros carros conforme enfrentou o ‘susto’, o carro a ser desviado, obras a fechar a sua faixa e até mesmo um javali a atravessar a via.
Para surpresa dos organizadores — e talvez de muitos profissionais —, muitos carros falharam miseravelmente (foram registadas 216 colisões). Muitos não conseguiram lidar com qualquer uma das situações. Pode ver o vídeo aqui.
Dongchedi’s real-world test of high-speed AEB: Tesla and three Chinese brands pass with flying colors.#Dongchedi #AEBHighSpeedTest #Tesla #NIO #Xpeng $tsla $nio $xpev pic.twitter.com/VmVi3lyWhh
— DriveGreenLiveGreen (@DriveGreen80167) July 23, 2025
Quase metade falhou em situações de direção urbana, em velocidades mais baixas e menos perigosas. O problema sério com uma falha no ADAS, que deve intervir quando o condutor parece sobrecarregado pela situação, é que esta provavelmente leva a um acidente. E enquanto houver falhas, a direção autónoma está fora de questão.
Se um javali cruzar na sua frente, é difícil evitá-lo quando viaja a 130 km/h; apenas o Tesla Model 3 (mas não o Model Y) conseguiu evitar a colisão.
A surpresa veio da Tesla. Não apenas porque está a avançar com o seu robotaxi, mas também porque está a fazê-lo sem LIDAR, um sistema de iluminação a laser usado para detetar o problema e considerado essencial por outros fabricantes. A Tesla afirmou que radar e vídeo são suficientes para que o carro entenda a situação, tome uma decisão e a execute. Embora um Tesla 3 tenha falhado em alguns testes, o Model X só falhou em dois de 15 (e num deles, curiosamente, o Model 3 “barato” teve um desempenho correto).
Muitos carros chineses populares, mesmo vendidos na Europa e em Portugal, só conseguem passar no teste (uma figura de linguagem, já que apresentam problemas em metade dos casos). Outra deceção foi o carro mais badalado, o Xiaomi, que falhou miseravelmente, assim como vários modelos da BYD e o Mercedes Classe C.
O megateste, embora enorme em tamanho e complexidade, não poderia ser realizado em condições de chuva ou neblina (impossível de ser reproduzido de forma idêntica), o que levaria a um número ainda maior de erros.
