CGTP espera “milhares de trabalhadores” nas duas manifestações este sábado em Lisboa e Porto contra alterações laborais

Ana Pires, dirigente da Comissão Executiva da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical (CGTP), disse esperar que “venham milhares de trabalhadores dos locais de trabalho de norte a sul do país” para a manifestação deste sábado e que “esta mobilização […] seja alargada às famílias, aos reformados e aos pensionistas”

Executive Digest
Setembro 19, 2025
21:30

A CGTP convocou para esta sábado manifestações em Lisboa e Porto – às 15 e às 10h30, respetivamente – contra o anteprojeto de revisão da legislação laboral, apelando à mobilização dos trabalhadores contra o que diz ser “um assalto aos direitos” e uma “afronta à Constituição”.

“Perante a gravidade dos conteúdos e a calendarização do Governo, com reuniões já marcadas para o próximo mês, a CGTP-IN considera fundamental avançar com o esclarecimento dos trabalhadores e com a realização de uma jornada de luta em setembro, marcando desde já a rejeição do pacote laboral e a mobilização e ação para o derrotar”, anunciou hoje o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira.

A CGTP espera milhares de trabalhadores, pensionistas e famílias na manifestação nacional neste sábado contra a revisão da lei laboral e promete “dar o devido combate”, caso o Governo não retire o anteprojeto da discussão.

Em declarações à Lusa, Ana Pires, dirigente da Comissão Executiva da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical (CGTP), disse esperar que “venham milhares trabalhadores dos locais de trabalho de norte a sul do país” para a manifestação deste sábado e que “esta mobilização […] seja alargada às famílias, aos reformados e aos pensionistas”.

O objetivo é demonstrar “discordância completa e total” contra o anteprojeto de revisão da legislação laboral apresentado pelo Governo e que está a ser debatido com os parceiros sociais e exigir ao executivo “que retire este pacote da discussão”, acrescenta a responsável pela ação reivindicativa desta central sindical.

No Porto, a concentração está prevista para as 10:30, começando na Praça do Marquês e terminando na Praça D. João I, enquanto em Lisboa está prevista para as 15:00, a começar no Marquês de Pombal e terminando nos Restauradores.

“Nos setores onde há uma incidência de trabalhadores que trabalham ao fim de semana”, os sindicatos afetos à CGTP “avançaram com pré-avisos de greve no sentido de permitir aos trabalhadores que estejam a trabalhar que possam sair dos seus locais de trabalho e participar nesta importante jornada de luta”, adianta ainda Ana Pires, dando como exemplo o comércio e serviços, a indústria, a hotelaria e a restauração.

É este o caso da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Energia e Minas (Fiequimetal), que tem um pré-aviso de greve que vigora entre as 00:00 e as 23:59 deste sábado.

A CGTP tem vindo a insistir que o anteprojeto do Governo representa “um verdadeiro retrocesso” nos direitos dos trabalhadores e aponta que há propostas de alteração inconstitucionais.

Entre as medidas mais criticadas por esta central sindical estão medidas relacionadas com os despedimentos, o regresso do banco de horas individual, as alterações nos contratos a prazo ou as mexidas no regime de horários flexíveis.

“A mensagem que queremos transmitir ao Governo é que retire este pacote laboral”, aponta a dirigente sindical, admitindo avançar com novas formas de luta.

“Se o Governo insistir no caminho que tem seguido até agora, de ataque aos direitos dos trabalhadores […], nós cá estaremos para dar o devido combate”, acrescenta.

Na última reunião de concertação social, em 10 de setembro, o Governo comprometeu-se a apresentar uma nova versão do anteprojeto, “com evoluções” nas matérias relacionadas com a família e a parentalidade, segundo indicaram a UGT e CIP.

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