Catástrofe: AFIA traça futuro negro para setor automóvel

Das contas da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), o presidente José Couto estima que em 2020 venham a ser vendidos menos 3.8 milhões automóveis face ao ano passado, o que terá “implicações sérias para toda a fileira da indústria de componentes”.

Automonitor
Maio 11, 2020
18:04

“Em 2019, representámos 8% do emprego. Cerca de 59 mil trabalhadores estavam ligados à indústria das componentes de automóveis. E o volume de negócios foi 12 mil milhões de euros, mais ou menos 6% do PIB, dos quais 9.7 mil milhões foram para a exportação, que representou 6% dos produtos transaccionáveis”, começou por retratar o responsável, que falava numa conferência de imprensa da Confederação Empresarial de Portugal, onde foram divulgados os resultados de um inquérito feito a uma amostra de 150 mil empresas portuguesas.

O presidente da associação que representa os fabricantes de componentes automóveis prevê que a facturação diminua para 8.4 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 30%. O sector ficaria, assim, aos níveis de 2014 e 2015.

“A Europa é o nosso maior cliente”, representando mais de 91% das vendas. “O resto do mundo tem uma expressão relativamente pequena”.

A março deste ano, as exportações caíram 25,4%, relativamente ao período homólogo do ano passado, fazendo notar o impacto da pandemia de Covid-19. As vendas no terceiro mês do ano para o estrangeiro foram de 664 milhões de euros.

Contas feitas, as exportações do sector encolheram 3,5% no primeiro trimestre de 2020, o que representa 2,5 mil milhões. Ainda assim, o sector de componentes automóveis representou uma fatia de 17,1% das exportações portuguesas.

Portugal contabiliza já 1.144 mortes associadas ao novo coronavírus (mais nove do que no domingo) e 27.679 infectados, (+98), segundo o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde.

O país está desde 3 de maio em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência, que começou a 19 de março. Esta nova fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância activa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Globalmente, a pandemia do novo coronavírus já provocou mais de 280 mil óbitos e infectou mais de quatro milhões em 195 países e territórios, revela um balanço da agência de notícias France Press, a partir de dados oficiais.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

(texto de Ana Rita Rebelo)

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