Um vídeo que se tornou viral nas redes sociais esta semana é a mais recente prova de que não se deve acreditar em tudo o que é postado: nele, pode-se ver a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, a afirmar que os americanos e os ucranianos venceram a II Guerra Mundial, sugerindo que lutaram contra Joseph Estaline, líder da União Soviética.
White House press secretary Karine Jean-Pierre said that World War II was won by the Americans and Ukrainians, who fought together against Stalin… pic.twitter.com/kisnN8Fm2x
— S p r i n t e r F a c t o r y (@Sprinterfactory) May 8, 2024
No vídeo, Jean-Pierre responde a uma pergunta de Andrew Feinberg, correspondente na Casa Branca do meio de comunicação britânico ‘The Independent’, sobre os EUA não condenarem o uso do simbolismo nazi na Ucrânia. “Há 79 anos, os Estados Unidos e os nossos aliados ucranianos uniram forças para combater os regimes opressivos de Adolf Hitler e Joseph Estaline. Embora Berlim seja agora um aliado, a ameaça do Leste persiste. Estamos empenhados em apoiar a Ucrânia e oferecer todo o nosso apoio de todas as maneiras que pudermos.”
De acordo com o ‘PolitiFact’, citado pela revista ‘Forbes’, o vídeo foi manipulado: a pergunta original à porta-voz da Casa Branca foi sobre a fome em Gaza e a interrupção da ajuda humanitária. No entanto, nas redes sociais, alguns leitores pareciam acreditar que o vídeo era real e acusaram a Casa Branca de espalhar desinformação ou de estar completamente mal informada.
“Os ‘Deep Fakes’ estão a criar dois problemas ligados ao viés de confirmação. O primeiro é que os vídeos que são falsos, às vezes obviamente, são aceites como reais por pessoas que acreditam que sejam prováveis. Por outro lado, está a treinar as pessoas para desconfiarem dos vídeos”, explica o analista da indústria de tecnologia Rob Enderle, do Enderle Group.
“Essas falsificações estão a dissociar-nos da realidade, onde acreditamos que os vídeos com os quais concordamos são reais e aqueles que desafiam os nossos pontos de vista são falsos, independentemente de serem falsos ou reais”, acrescenta Enderle. “As decisões que tomamos com base nestes vídeos, falsos e reais, levarão cada vez mais a decisões erradas porque as nossas determinações sobre se devemos acreditar neles serão cada vez mais baseadas no que queremos ver, e não no que realmente aconteceu.”














