Câmara de Loures aprova subsídio de 150 mil euros para polémica ‘igreja dos famosos’

Segundo a autarquia, a verba é justificada pelo “princípio da valorização do papel social”, sublinhando que a Hillsong Portugal tem-se “destacado como uma entidade de referência” pela “capacidade de implementação de iniciativas de intervenção social”

Revista de Imprensa
Agosto 4, 2025
9:36

Ricardo Leão, presidente da Câmara Municipal de Loures, aprovou o financiamento de quase 150 mil euros para a igreja Hillsong Portugal – que tem Justin Bieber, Hailey Bieber, Selena Gomez, Kylie e Kendall Jenner, Kourtney Kardashian, Vanessa Hudgens, Chris Pratt ou Kevin Durant entre alguns dos famosos que fazem ou fizeram parte – e revelou um apoio de 250 mil euros para a construção do Templo Shiva em Santo António dos Cavaleiros, revelou esta segunda-feira o jornal ‘Observador’.

Segundo a autarquia, a verba é justificada pelo “princípio da valorização do papel social”, sublinhando que a Hillsong Portugal tem-se “destacado como uma entidade de referência” pela “capacidade de implementação de iniciativas de intervenção social”.

A ‘igreja dos famosos’ vai fazer a sede em Portugal e vai contar com um subsídio de 20% da autarquia no investimento total: a Câmara Municipal de Loures sublinhou que ao apoiar está a reforçar “uma política de parcerias estratégicas com organizações da sociedade civil que partilham o compromisso com a melhoria das condições de vida da população”. “Esta parceria deve ser encarada como um investimento estratégico, cujos benefícios serão amplamente percebidos a curto, médio e longo prazo”, frisou a autarquia, lembrando que poderá “atrair eventos de grande porte e reforçar a imagem de Loures como um território inclusivo e aberto à diversidade cultural e religiosa”.

No entanto, a ‘igreja dos famosos’ não está isenta de polémicas: segundo um documentário da Discovery Plus, a Hillsong ‘colecionou’ polémicas sobre exploração e manipulação de voluntários, com ex-membros e ex-funcionários a denunciarem práticas dentro da igreja, tornou públicos escândalos pessoais de pastores: foi denunciado que a Hillsong protegia figuras públicas, noticiou denúncias por homofobia, impôs regras rígidas sobre sexualidade — em mulheres em específico — e revelou como foi construído um império financeiro pela igreja

A Hillsong Portugal tem sede no Prior Velho, em Loures, apesar de haver reuniões um pouco por todo o país. Nas redes sociais tem milhares de seguidores: quase 40 mil no Instagram, mais de 14 mil no Facebook e praticamente o mesmo número no YouTube, indicou a publicação. No entanto, o papel de Mário Rui Boto, pastor principal da Hillsong Portugal, é destacado como ‘defensor’ de Ricardo Leão: um post de novembro salientou que o autarca “foi ‘forçado’ a demitir-se da presidência da FAUL por ter tido bom senso e não deixar que os extremos da política tomassem de sequestro as questões que realmente preocupam os munícipes”, garantindo que o “bom senso e coragem já não têm lugar no PS”.

Também escreveu que Leão “foi muito maltratado por alguns dos senadores do PS, como a Alexandra Leitão, que deveria desistir da candidatura à CM Lisboa”, garantindo que o autarca “colocou os interesses dos munícipes à frente dos ideológicos”.

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