A onda de calor não afeta só a Europa: também nos Estados Unidos, nas regiões mais interiores, as temperaturas continuam em valores recorde, e bem acima do habitual. No Estado do Arizona, as temperaturas no solo subiram acima dos 82ºC nos últimos dias, causando queimaduras a quem teve o azar de cair no asfalto ou entrar em contacto com o chão.
As temperaturas do ar estão acima dos 43ºC há três semanas consecutivas e os efeitos da onda de calor sentem-se também na afluência aos hospitais.
Com o solo escaldante, os médicos relatam que já notaram um aumento do número de utentes que dão entrada nas urgências com queimaduras, apenas por terem tocado no chão.
Kevin Foster, diretor de serviços de emergência do Centro de Queimaduras do Arizona, explica à CNN que um terço das 45 das camas da unidade de urgência estão ocupadas com pacientes que sofrem de queimaduras no seguimento de uma queda ao chão. Nos cuidados intensivos, chegam a representar metade das camas ocupadas.
“Basta um toque de uma fração de segundo para ter uma queimadura grave”, indica o especialista, relatando casos em que as pessoas “ficam 10 ou 20 minutos em contacto com o solo, e ficam com a pele completamente destruída”.
O médico conta o aumento de muitos casos de queimaduras de terceiro grau deste modo, lesões “muito graves” que levam anos de cirurgia reconstrutiva a serem corrigidas.
Frank LoVecchio, médico no serviço de urgências do hospital local, recorda um caso ocorrido recentemente, em que um idoso caiu da cadeira de rodas para o chão e “quase instantaneamente ficou com queimaduras nas pernas”.
Outras vítimas do calor extremo são os sem abrigo e os trabalhadores que laboram sob o calor intenso, com casos em que acabam por desmaiar. Os paramédicos, que colocam o joelho no chão ao instalar o paciente numa maca, também sofrem com as queimaduras de contacto com o solo.
Nesta zona dos EUA, conhecida por incluir o ‘Vale da Morte’, oficialmente o local mais quente da Terra, cresce também a corrida ao ‘turismo de calor extremo’, onde milhares de turistas acorrem ao local, nesta altura, na esperança de poder ver o termómetro gigante a atingir um novo máximo.
