
ISEG: Formação executiva com foco no impacto real
Com mais de um século de história, o ISEG continua a afirmar-se como uma referência no ensino da gestão e da economia, conciliando tradição académica com inovação constante. A formação executiva tem sido uma das áreas de maior dinamismo da escola, com programas que respondem aos desafios atuais das organizações e dos líderes.
Em entrevista à Executive Digest, Joana Santos Silva, CEO do ISEG Executive Education e directora Executiva do ISEG MBA, explica as valências da formação executiva e o impacto transformador das soluções de aprendizagem criadas pela instituição.
O ISEG tem uma história centenária como pioneiro em gestão e economia. Como equilibram essa tradição com a inovação nos programas de MBA e Pós-Graduações, especialmente em áreas como inteligência artificial e sustentabilidade?
A tradição do ISEG é, em si, uma base de inovação. Ao longo de mais de 110 anos, formámos gerações de líderes, mantendo sempre um olhar atento às transformações económicas e sociais. Hoje, esse legado permite-nos estar na linha da frente da formação executiva em Portugal, com programas que incorporam os grandes temas do presente e do futuro — da inteligência artificial aplicada aos negócios à sustentabilidade corporativa. A chave está em aliar rigor académico a uma forte ligação à realidade empresarial, desenvolvendo competências com impacto imediato na carreira dos nossos alunos e na competitividade das suas organizações.
O que diferencia o ISEG MBA em 2025, com as suas experiências imersivas em São Francisco e na Academia da Força Aérea, face ao panorama competitivo da educação executiva?
O ISEG MBA destaca-se pela combinação de excelência académica, visão internacional e experiências transformadoras. A imersão em São Francisco coloca os alunos no epicentro da inovação global, em contacto com líderes de referência do ecossistema tecnológico e de venture capital. Já a experiência na Academia da Força Aérea desenvolve competências críticas de liderança, foco e resiliência em contextos de pressão. Estes momentos elevam a aprendizagem a um patamar de verdadeira transformação pessoal e profissional — e são raros no panorama da formação executiva.
Liderar em tempos voláteis exige resiliência e inteligência emocional. De que forma programas como o EPIC: Strategy & Leadership e iniciativas como o workshop de gestão de stress preparam os alunos para esses desafios?
Hoje, mais do que nunca, liderar implica saber lidar com a ambiguidade e com a pressão constante por resultados. O programa EPIC foi concebido exatamente para isso: desenvolver pensamento estratégico, liderança transformacional e impacto pessoal. Complementamos este percurso com iniciativas práticas, como o Leadership Challenge.
Como tem o laboratório Bloomberg, em conjunto com programas como Finanças Sustentáveis, reforçado a preparação dos alunos em áreas críticas e valorizadas pelo mercado, como gestão, tecnologia e ESG?
A integração do laboratório Bloomberg no campus, ainda para mais sendo o maior da Península Ibérica, é uma das formas concretas de aproximarmos os alunos da realidade dos mercados. Permite simular decisões de investimento, analisar risco e aplicar métricas de ESG com as ferramentas mais avançadas do setor financeiro. Em programas como o Sustainable Finance, que se dirigem a executivos séniores, não sendo tão fundamental a dimensão da simulação, é absolutamente decisivo contar com o state-of-the-art incorporado no programa, por exemplo com vários oradores internacionais, membros do governo e reguladores, que assumem um papel decisivo na experiência, permitindo enquadrar as práticas desenvolvidas em sala nas melhores práticas internacionais, no âmbito regulatório e na visão de investimento dos governos.
A inteligência artificial está a moldar o futuro dos negócios. De que forma o programa Artificial Intelligence for Value Creation e a abordagem a questões éticas, estão a formar líderes?
Acreditamos que o verdadeiro valor da inteligência artificial está na sua aplicação consciente e estratégica. No ISEG e no programa AI for Value Creation, desenvolvemos participantes com uma visão clara sobre como a IA pode transformar a produtividade, a experiência do cliente, as vendas e a tomada de decisão. Mas vamos mais longe: abordamos a importância do uso ético da tecnologia, não apenas na perspectiva dos outputs e do acesso à tecnologia, como também do tratamento dos dados que suportam os modelos e onde não devem existir vieses, sejam de género, raça, credo ou mesmo idade.
O MBA do ISEG atrai perfis diversos, que incluem alunos internacionais e com backgrounds em tecnologia, consultoria ou indústrias criativas. Como é que essa diversidade enriquece a aprendizagem, e que estratégias atraem talento global?
A diversidade é um dos grandes activos do nosso MBA. A riqueza de perspectivas, experiências e origens permite criar discussões mais profundas, decisões mais ponderadas e um networking verdadeiramente valioso. Temos apostado em formatos flexíveis, parcerias internacionais e conteúdo relevante globalmente, mas com aplicabilidade local. Isso torna-nos atractivos para talento nacional e estrangeiro, em áreas que vão do digital ao retalho, da banca às indústrias criativas.
A procura por programas muito focados está a crescer. Que novas opções personalizadas o ISEG lançou e como atendem profissionais em contextos exigentes?
Numa perspectiva de lifelong learning, é decisivo criar soluções de aprendizagem de curta duração, com formato muito imersivo e prático, que permita aos executivos e às organizações irem sucessivamente incorporando soft skills e hard skills fundamentais para a adaptação das suas competências e melhoria operacional da organização em linha com as constantes evoluções do mercado, alavancadas por clientes cada vez mais informados e exigentes. São vários exemplos, que podemos destacar este ano.
Desde logo, o “EPIC: Strategy & Leadership” e o “Artificial Intelligence for Value Creation”, já aqui referidos e descritos. Mas também o “Strategic Project Management: Lean & Agile for Executives”, em parceria com a Lean Six Sigma, que permitirá aos executivos gerirem projectos de forma eficiente e eficaz, através de um metodologia ágil e com foco em retorno de investimento. O “THRIVE: HR Strategic Program” que sendo focado em profissionais de recursos humanos é uma abordagem holística dos temas mais actuais, que impactam directamente a Gestão de Pessoas, que são o elemento de maior diferenciação competitiva dos dias de hoje. O “Strategic Management & Innovation”, que desenvolve um trabalho decisivo na preparação de executivos dotados das ferramentas certas para compreenderem as reais fontes de valor das organizações, terem pensamento crítico para analisar o contexto externo e interno da organização, para daí formarem realmente planeamento, que seja estratégico e capaz de criar inovação que promove negócios mais sustentáveis. Outra dimensão onde temos uma clara aposta é no acompanhamento dos profissionais e empresas em responder a nova legislação, nomeadamente com o “Gestão de Risco e Compliance: Regime Geral da Prevenção da Corrupção” e “ESG – Reporting Corporativo e Não Financeiro”.
Integrar o Tier One do Global MBA Rankings da CEO Magazine e a avaliação ‘Excelente’ da FCT reforçam a excelência do ISEG. De que forma esses reconhecimentos impactam a empregabilidade dos alunos?
Estes reconhecimentos validam aquilo que mais nos move: formar com excelência. A reputação internacional reforça a visibilidade dos nossos alunos junto de recrutadores e aumenta a sua confiança ao entrar em processos de progressão ou transição. No entanto, é importante referir que o objectivo na formação executiva transcende a empregabilidade. O impacto no negócio ao nível da organização, o desenvolvimento de carreira dentro da mesma empresa ou a criação de novos negócios e empresas está directamente relacionado com o sucesso das soluções de aprendizagem que criamos – e felizmente este trabalho é reconhecido, com um elevado número de empresas e participantes que trabalham connosco em parceria numa perspectiva de lifelong learning, no desenvolvimento das suas competências, carreiras e negócio. Sendo a avaliação ‘Excelente’ da FCT um enorme motivo de orgulho, naturalmente, mas também um grande driver de inovação. A investigação no ISEG é um elemento central, mais do que para o desenvolvimento da Escola, para o desenvolvimento da Economia. Não é por acaso que há mais de 110 anos que o ISEG prepara vários dos líderes com maior responsabilidade a nível nacional e internacional nas áreas da Gestão, Economia e com grande destaque em Finanças. O ISEG sempre se caracterizou, e caracteriza, pelo seu espírito pioneiro, mais do que acompanhando, antecipando e desenvolvendo tendências, através da criação de conhecimento.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-Graduações & Formação de Executivos”, publicado na edição de Maio (n.º 230) da Executive Digest.