
ISCTE Executive Education: «Formação com impacto real na eficiência operacional»
Líderes globais enfrentam mercados dinâmicos e dilemas éticos crescentes, exigindo competências práticas e visão estratégica. José Crespo de Carvalho, presidente e CEO do Iscte Executive Education, explica que o Executive MBA da instituição responde a esses desafios, oferecendo formação de excelência que integra rigor académico, aplicação imediata e compromisso com a inovação. Voltado para executivos ambiciosos, habilita gestores para conduzir equipas de alto desempenho e promover mudanças sustentáveis com impacto profissional e organizacional.
Novas pós-graduações, como Inteligência Artificial para a gestão ou Contabilidade e análise financeira, foram desenhadas para o mercado actual. Como é que promovem competências práticas e aceleram a progressão profissional dos participantes?
Estas pós-graduações foram desenhadas com base numa orientação de mercado, escutando esse mesmo mercado e em estreita colaboração com o mesmo e com as empresas e os especialistas. São altamente orientadas para a aplicação prática: trabalhamos com ferramentas concretas, resolvemos casos reais e incentivamos a experimentação em contexto de decisão. Os participantes saem com competências que aplicam desde o primeiro dia nas suas actividades, o que acelera a sua visibilidade interna, a progressão profissional e, em muitos casos, a mudança estratégica de carreira. Não esquecer também que a par com a formação existe uma validação em termos de rankings que nos posiciona como formação executiva nos 50 melhores do mundo em corporate e open programs pelo Financial Times.
A pós-graduação em Logística e gestão da cadeia de abastecimento acompanha tendências como digitalização e sustentabilidade. De que forma prepara os gestores para liderar a eficiência operacional nestes contextos em rápida evolução?
A digitalização e a sustentabilidade deixaram de ser tendências para se tornarem critérios críticos de competitividade. A nossa pós-graduação combina fundamentos logísticos e de cadeia de abastecimento com abordagens inovadoras como digital twins, rastreabilidade, economia circular e ESG aplicados à cadeia de abastecimento. E usa, como seria expectável, Inteligência Artificial para cadeia de abastecimento. O objectivo é, sempre, preparar gestores que consigam tomar decisões mais inteligentes, sustentáveis e integradas, com impacto real na eficiência operacional, na eficácia e procurando resiliência para as cadeias de abastecimento.
Recebem feedback de alumni sobre o impacto do Executive MBA e das vossas pós-graduações na transformação das suas carreiras ou nas organizações onde trabalham?
Recebemos esse feedback com frequência e com grande satisfação. Um clube de alumni também ajuda. Os nossos alumni relatam mudanças muito concretas: promoções, novos desafios de liderança, transição para sectores mais exigentes ou mesmo o lançamento de projectos próprios. Em muitos casos, as empresas onde trabalham reconhecem ganhos directos em performance e em inovação. A transformação não é apenas individual – é também organizacional. Esse impacto vem pela demonstrada valia do produto que transforma decisores em decisores mais autónomos, melhor preparados, mais rápidos, mais capazes de trabalhar com pressupostos em ausência de informação. Não esquecer que o nosso Executive MBA é um dos 2 EMBA em Portugal a estar presente no top 100 dos EMBA do ranking do Financial Times e isso consegue-se com um produto que, obviamente avaliável, seja muito bom.
Como está a Inteligência Artificial a ser integrada no Executive MBA e nas novas pós-graduações, e que impactos prevêem, seja na liderança estratégica ou nos sectores correspondentes?
A IA está a ser integrada de forma transversal – não como um módulo isolado, mas como uma competência estratégica essencial. Embora tenhamos, depois, um modulo opcional específico de IA. No Executive MBA, os participantes aprendem a interpretar dados, a usar algoritmos de apoio à decisão e a reflectir sobre os impactos éticos e operacionais da IA. Nas pós-graduações mais técnicas, como IA para a Gestão, vamos mais longe: trabalhamos machine learning, automação e análise preditiva com aplicação a casos de marketing, finanças, supply chain e RH. O impacto esperado é claro – líderes mais preparados para usar tecnologia com inteligência e visão humana, onde o pensamento crítico é fundamental.
De que forma metodologias interactivas, como jogos empresariais, masterclasses ou simulações, contribuem para o desenvolvimento da tomada de decisão estratégica?
Têm enorme impacto. Estas metodologias colocam os participantes no centro do processo de decisão, onde errar, corrigir e decidir com base em dados e em tempo real é parte do processo. Os jogos empresariais simulam ambientes de competição e cooperação: as simulações forçam à priorização sob pressão; as masterclasses e talks trazem experiências de líderes que já viveram esses dilemas. O resultado é um treino intensivo em pensamento crítico e liderança prática, impossível de se atingir apenas conceptualmente.
O programa de Liderança em saúde com o Trofa Saúde é uma aposta recente. Que mais-valias traz esta parceria customizada para a liderança e a comunicação nesse sector?
Esta parceria representa o que de melhor pode haver entre academia e sector empresarial: um programa desenhado à medida de quem lidera no terreno, num sector onde as decisões têm impacto directo em vidas humanas. Trabalhamos a comunicação clínica, a gestão de equipas multidisciplinares, a liderança sob stress e o alinhamento com estratégias de melhoria contínua, entre outros. O resultado é uma nova geração de líderes mais preparados, mais humanos e mais focados no serviço, na eficiência e nos resultados.
Eventos como as talks sobre Inteligência Artificial ou a sessão sobre o Orçamento do Estado 2025 reúnem profissionais de diversas áreas. Como é que estas iniciativas estimulam o pensamento crítico e fomentam redes de contacto multiculturais e interdisciplinares?
Estes eventos são momentos de elevação do debate e de construção de redes com impacto. Convidamos especialistas de diferentes sectores e geografias para partilhar visões, contrastar ideias e provocar reflexão. Os participantes não só actualizam conhecimentos como criam laços com profissionais de outras áreas, com quem, muitas vezes, colaboram mais tarde. Esta mistura de saberes e experiências é, em si, uma plataforma de inovação e um exercício de cidadania. E por cidadania, o que fazemos também ao nível dos livros da colecção “Vozes por…” é precisamente também conectar pessoas e ideias e prestar serviço público para a comunidade em geral a partir de toda a sociedade civil.
Com a crescente digitalização e instabilidade nos mercados, quais competências de liderança são hoje cruciais, e como é que as trabalham?
Liderar exige mais do que nunca visão estratégica, adaptabilidade, literacia tecnológica, empatia e pensamento sistémico. Nos nossos programas, estas competências são trabalhadas através de casos práticos, mentoria, feedback 360º, trabalho colaborativo e análise crítica. Queremos líderes capazes de ler o contexto, tomar decisões informadas e agir com propósito, mesmo em cenários de incerteza e pressão.
Os formatos flexíveis, como cursos online, híbridos e pós-laborais, são uma prioridade para o Iscte Executive Education. Como garantem o equilíbrio entre exigência profissional e aprendizagem com impacto?
A flexibilidade não significa menor exigência. Os nossos programas são desenhados para se adaptarem às agendas intensas dos profissionais, sem perderem rigor nem profundidade. Oferecemos plataformas interactivas, tutoria académica próxima, avaliações práticas e uma forte ligação entre teoria e aplicação. O nosso foco está no impacto: cada hora de formação deve transformar algo – uma decisão, uma prática, uma perspectiva. Não esquecer que o nosso motto é Real-Life Learning.
De que forma os vossos programas incentivam a auto-reflexão crítica e ajudam os gestores a adoptar uma abordagem mais holística perante os desafios globais actuais?
Incentivamos desde o início uma postura de auto-reflexão crítica. Os participantes são desafiados a questionar os seus próprios estilos de liderança e a conhecerem-se, os seus vieses e os impactos das suas decisões em ecossistemas mais amplos. Usamos metodologias como reflexão escrita, dilemas éticos, simulações de crise, peer coaching e projectos com impacto social. A ambição é formar gestores mais conscientes, mais globais e mais comprometidos com um mundo em transição.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-Graduações & Formação de Executivos”, publicado na edição de Maio (n.º 230) da Executive Digest.