INNOENERGY – Ecossistema inovador

A InnoEnergy, empresa sediada na Holanda e presente em sete regiões europeias, apoia e investe em novas ideias, produtos e serviços na área das energias sustentáveis, novas empresas e pessoas que tragam inovação ao mercado, em todas as fases do processo.

Com uma rede de parceiros, a InnoEnergy reúne inventores e indústria, recém-licenciados e empregadores, investigadores e empresas, empreendedores e mercados. É neste ecossistema que trabalha, focando três áreas essenciais da inovação: educação, para criar uma força de trabalho informada e ambiciosa que entenda quais as exigências de sustentabilidade e quais as necessidades da indústria; projectos de inovação, para reunir ideias, inventores e indústria na criação de tecnologias comercialmente atractivas que entreguem resultados reais aos clientes; e novos negócios, para apoiar empreendedores e startups que estão a desenvolver ecossistemas de energia na Europa através de ofertas inovadoras.

Ao reunir estas três áreas, a empresa pretende maximizar o impacto de cada uma, acelerar o desenvolvimento de soluções prontas para serem lançadas no mercado e criar um ambiente fértil para promover os seus resultados. Em Portugal desde 2012, a InnoEnergy tem como parceiros a EDP, a Galp e o Instituto Superior Técnico e apoia 11 startups. Dos sete mestrados organizados pela InnoEnergy, quatro são leccionados no Instituto Superior Técnico. Renato Braz, Business Creation manager em Portugal, explica o papel da InnoEnergy (IE) no país.

Quais as principais áreas de actuação da IE em Portugal?

A nível europeu, temos seis roadmaps de investimento prioritário nas áreas de instrumentalização nuclear, redes eléctricas inteligentes e armazenamento de energia, eficiência energética nas cidades e edifícios, energias renováveis, eficiência no uso de combustíveis químicos e biomassa, e tecnologias limpas para o uso de carvão e gás. Em Portugal, apoiamos parceiros nas áreas das energias renováveis, redes eléctricas inteligentes e cidades e edifícios inteligentes. Desenvolvemos também as três actividades principais da InnoEnergy: educação, projectos de inovação e novos negócios.

O que distingue a IE de outras aceleradoras?

As aceleradoras são organizações relativamente recentes na Europa, pelo que se verifica ainda uma grande diversidade de modelos de negócio. No entanto, a InnoEnergy oferece um apoio contínuo, de longo prazo e feito à medida da startup. Por outro lado, temos aporte de capital semente e disponibilidade financeira para acompanhar rondas de investimento futuras como investidor-âncora, além de sermos especializados na área da energia.

Como contribui a IE para a inovação no mercado da energia?

A InnoEnergy estimula a inovação e o empreededorismo neste sector de diferentes formas através das suas três áreas de actividade: educação, projectos de inovação e apoio a novos negócios. Na educação, promovemos, em parceria com algumas das melhores universidades europeias, programas de mestrado e doutoramento onde forma os game changers do futuro, pessoas que, apesar da sua formação técnica, são dotadas também de competências de gestão e empreendedorismo, para que possam estar melhor preparadas para fundar empresas disruptivas ou ser elementos de mudança nas organizações que integrem. Nos projectos de inovação, apoiamos três consórcios liderados por parceiros portugueses, nomeadamente pela EDP, Galp Energia e Principle Power Europe, nas áreas das energias renováveis, tecnologias limpas para o uso de carvão e gás e redes eléctricas inteligentes. Com estes projectos pretendemos produzir inovações tecnológicas que contribuam para responder aos nossos objectivos estratégicos. Na área de novos negócios, ajudamos os empreendedores a concretizar os seus planos através dos nossos programas de aceleração. Todas estas actividades formam o que nós chamamos de triângulo do conhecimento.

Quais são os destaques da presença da IE em Portugal?

Na área de novos negócios, apoiamos actualmente, através dos programas de aceleração Highway e Boostway, 11 empresas portuguesas em diversas áreas tecnológicas. Esta actividade apoia empreendedores e PME na sua entrada no mercado e/ ou na expansão para novos mercados europeus e EUA. Das 11 startups apoiadas, temos já alguns casos promissores a nível internacional – seja pela projecção comercial junto de exigentes clientes globais, seja pela capacidade de captação de investimento adicional. No que concerne à educação, a InnoEnergy conta com a participação de parceiros portugueses em quatro programas de mestrado e um programa doutoral na área das energias renováveis. Em 2017, 85 novos alunos IE ingressaram no Instituto Superior Técnico (IST), a universidade parceira em Portugal, distribuídos pelos mestrados ENTECH – Energy Technologies, RENE – Renewable Energy, Clean Fossil and Alternative Fuels Energy e Select – Environomical Pathways for Sustainable Energy Systems. O IST recebeu o maior número de estudantes de entre todas as universidades que fazem parte do consórcio da InnoEnergy. Três dos nossos alunos já fizeram parte da prestigiada lista Forbes 30 Under 30, pelas suas contribuições científicas e sociais. Nos projectos de inovação, destacamos o apoio a um consórcio que é liderado por um parceiro português, a Principle Power, que está a desenvolver a fase comercial de uma solução eólica offshore de águas profundas.

Quais os maiores obstáculos que a IE enfrenta no ecossistema das startups em Portugal?

A evolução dos últimos anos tem sido absolutamente notável, pelo que existe hoje em Portugal um excelente ecossistema de apoio às startups. Com isto, os obstáculos são os mesmos que verificamos em toda a Europa e têm vários níveis. A nível macro, o principal problema que encontramos tem a ver com a baixa capacidade do sector da energia para atrair talento empreendedor. A área da energia é absolutamente fulcral no que é actualmente um dos maiores desafios da humanidade – as alterações climáticas – pelo que precisamos de toda a capacidade intelectual que conseguirmos! Historicamente, é uma área muito fechada ao empreendedorismo, mas as coisas têm mudado muito e hoje há vários pontos de entrada e perfeitamente acessíveis. Apesar de estarmos muito satisfeitos com a qualidade das equipas com que trabalhamos, fazem falta mais talentos empreendedores nesta área. A outro nível, podemos dizer que temos algumas dificuldades pelo facto de todo o ecossistema estar muito construído em redor de projectos exclusivamente de tecnologia digital, pelo que sentimos que por vezes a sensibilidade das várias partes interessadas não está totalmente alinhada com a maioria dos nossos projectos que envolvem, além de toda a parte digital, quase sempre uma componente de hardware também, com impactos evidentes na rapidez e custos de desenvolvimento destes projectos.

Como é que a IE apoia as startups e empreendedores nacionais que pretendem desenvolver o seu negócio no sector da energia?

Primeiro, começamos com uma validação da pertinência e viabilidade do projecto. A avaliação que fazemos dos projectos que decidimos apoiar é bastante profunda e aborda quatro grandes áreas: tecnologia, equipa, mercado e propriedade intelectual. Após este processo, mesmo para os projectos que decidirmos não apoiar, o acesso aos relatórios realizados pelos especialistas é já uma mais-valia. Nos casos que decidirmos apoiar, definimos um plano de actividades adequado aos objectivos traçados e depois disponibilizamos capital semente e um conjunto de serviços altamente especializados para tentar assegurar a sua correcta execução. Como exemplos, posso referir o apoio dos nossos serviços centrais de Recursos Humanos (para captação de talentos) ou de Propriedade Intelectual, o acesso a uma rede europeia de Business Developers que vão ser os “ponta de lança” destas empresas nos diversos mercados europeus, serviços de soft landing na Europa e Estados Unidos, eventos de networking, acesso a grandes investidores, sessões de formação, entre outros. Organizamos ainda eventos como o Cleantech Camp que procura propostas de negócio num estágio inicial, na área das energias limpas, para ajudar os participantes a tornar a sua ideia num negócio viável. Este programa terá lugar entre Porto e Barcelona e tem como parceiros a Gas Natural Fenosa, a agência Barcelona Activa, a Câmara Municipal do Porto e o UPTEC. As candidaturas estão neste momento abertas.

Quais os próximos passos no país?

Queremos continuar a integrar-nos e a colaborar nas estruturas locais que também funcionam cada vez melhor (incubadoras, universidades, associações, outros investidores) para que possamos ser vistos como um ponto de passagem obrigatória para projectos empreendedores na área da energia que tenham uma ambição global!

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